BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O deputado Marcelo Freixo entrou com uma ação contra Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, que promoveu um expurgo de livros da instituição, em cruzada ideológica que promete se livrar de livros de autores que vão de Karl Marx a Eric Hobsbawm.
A ação pede “a suspensão de exclusão de qualquer patrimônio da Fundação Cultural Palmares, especialmente os livros elencados no relatório e o retorno à Fundação, caso já tenham sido excluídos”.
Segundo a ação, “o país já foi governado por Presidentes de partidos de direita, de esquerda e de centro, que nunca questionaram a suposta ‘ideologia’ dos livros que compõem o acervo da Fundação Palmares”.
A ação fala em desvio de finalidade da fundação, além de afirmar que o movimento feito pela gestão de Sergio Camargo atenta contra o princípio constitucional do acesso à cultura.
Na semana passada, a instituição publicou um relatório intitulado “Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista”. Camargo afirmou que “todas as obras que corrompem a missão cultural da Palmares” seriam excluídas. “Um livramento!”, escreveu numa rede social.
O jornal Folha de S.Paulo mostrou que além de obras de Marx, Engels e Lênin, a lista do expurgo de livros contém títulos de autores como Max Weber, Eric Hobsbawn, H. G. Wells, Celso Furtado, Marco Antônio Villa.
“Todas as pessoas de bem ficarão chocadas ao descobrir que uma instituição mantida com o dinheiro dos impostos, sob o pretexto de defender o negro, abriga, protege e louva um conjunto de obras pautadas pela revolução sexual, pela sexualização de crianças, pela bandidolatria e por um amplo material de estudo das revoluções marxistas e das técnicas de guerrilha”, escreve o presidente da fundação, Sérgio Camargo, no início do relatório.
A Folha de S.Paulo também mostrou que Coalizão Negra por Direitos, que reúne mais de 200 entidades, coletivos e organizações do movimento negro, ingressou com ação civil pública na Justiça Federal de SP contra o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, na quarta (16). O grupo quer que seja impedida a exclusão de obras do acervo da instituição.