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Lazer e CulturaSérie 'Genera+ion' coloca personagens fluidos e queer em primeiro plano

Série ‘Genera+ion’ coloca personagens fluidos e queer em primeiro plano

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Personagens queer e fluidos até têm ganhado mais visibilidade nos últimos anos, mas ainda são poucas as produções que os colocam em primeiro plano. Esse não é o caso de “Genera+ion”, que estreia nesta quinta-feira (29) na HBO Max.

A série é protagonizada por adolescentes que não veem o binarismo como fronteira para a expressão de seus desejos. A trama segue o dia a dia de estudantes de uma escola secundária na Califórnia (EUA), apostando em mostrar uma variedade de identidades de gênero pouco representadas da sigla LGBTQIA+.

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A criação foi da precoce Zelda Barnes, que com apenas 19 anos também assinou os roteiros ao lado do pai, Daniel Barnz. O outro pai da jovem, Ben Barnes, é um dos produtores executivos, ao lado dos dois primeiros.

Ter uma pessoa tão jovem no comando foi um trunfo, na opinião dos três. “Eu consigo me conectar à audiência mais jovem justamente porque minha idade é muito similar à deles”, avalia a garota em entrevista à imprensa latino-americana, da qual o jornal Folha de S.Paulo participou.

“Definitivamente, eu entendo as experiências que as pessoas estão tendo e como são as escolas secundárias atualmente”, comenta. “Tenho um conhecimento sólido para conseguir fazer essa conexão e passar uma sensação de vida real.”

Daniel, que até então era mais conhecido pelo filme “Cake – Uma Razão para Viver” (2014), viu nisso uma possibilidade inédita. “Eu queria muito que as coisas não parecesse filtradas pelas lentes dos adultos”, diz. “A Zelda foi uma fonte excelente para saber como os adolescentes de hoje em dia agem, se vestem e falam.”

“Eu gostaria de ter sido adolescente agora, e não quando eu fui”, afirmou Ben. “Quando olho para Zelda e seus amigos, além de para esses personagens da série, sinto que todos passam por dificuldades, mas também há muita tolerância e coragem na forma como eles caminham pelo mundo. Acho isso muito inspirador.”

Entre os tipos apresentados na série estão o excêntrico Chester (Justice Smith), que é gay e queer, os irmãos gêmeos Naomi (Chloe East) e Nathan (Uly Schlesinger), este último bissexual no armário, a neurótica Arianna (Nathanya Alexander), filha de pais gays, e a tímida Greta (Haley Sanchez), que é lésbica e criada por uma tia trans.

Zelda contou que é difícil escolher um personagem com o qual se identifica mais. “Tem muito de mim em cada um deles”, afirma. “Me sinto conectada a todos eles. Todos eles têm pequenos elementos da minha personalidade. Mas, provavelmente, me vejo mais na Riley [vivida por Chase Sui Wonders], que é uma jovem artista que está tentando descobrir quem é. Ela também lida com ansiedade e saúde mental, algo com o que também me identifico.”

Intérprete do personagem Chester, Justice Smith, 25, diz estar feliz de poder participar do elenco de uma série com tanta diversidade. “Essa conversa sobre sexualidade, identidade e gênero está presente o tempo todo”, conta. “É uma série gay pra caramba, e acho isso muito novo. Nenhum dos personagens está lá só por estar e de repente sai do armário.”

“Historicamente, sempre foi mais difícil para quem é queer e aberto quando a isso poder viver plenamente toda a sua verdade, então não foi tranquilo chegar ao ponto de poder explorar todas as formas de sexualidade de forma mais aberta e fluida com que a geração Z lida com isso”, avalia. “A série é uma celebração desse progresso.”

Uly Schlesinger, cujo personagem resolve assumir a bissexualidade para a família e tem a questão tratada como “uma fase” pelos pais, diz que essa orientação ainda é muito questionada na sociedade, motivo pelo qual acha a abordagem da série muito autêntica.

“A TV pode nos fazer nos sentirmos menos sozinhos”, comenta. “Eu vejo muitas série, mas vejo poucos personagens bissexuais representados da forma honesta como o Nathan é mostrado. Ele não é um estereotipo e a sexualidade dele não é tratada como piada.”

Já Haley Sanchez, cuja personagem recebe da tia transexual mais acolhimento que da própria mãe, diz que essa relação é definidora para ela. “É por meio da convivência com a Ana [vivida por Nava Mau] que a Greta consegue coragem para se mostrar como é, algo que é difícil para ela”, explica. “Nem sempre é fácil gostar de você mesmo perto de alguém cuja opinião te preocupa porque você realmente ama aquela pessoa.”

*

“GENERA+ION”

Quando: Estreia 29/7

Onde: Na HBO Max

Classificação: 16 anos

Elenco: Justice Smith, Chase Sui Wonders, Haley Sanchez, Uly Schlesinger, Chloe East, Nathanya Alexander e Lukita Maxwell, entre outros.

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