A São Paulo Companhia de Dança divulgou a sua programação para a temporada 2022. Com o título Cor do Arco-Íris, inspirado no poema Receita de Ano Novo, de Carlos Drummond de Andrade, a programação contará com 10 obras, das quais seis inéditas. “Ao longo do ano, ocuparemos quatro importantes teatros da cidade, o São Pedro, o Sérgio Cardoso, o Alfa e a Sala São Paulo, com uma diversidade de programas que vão do clássico ao contemporâneo, com criadores nacionais e internacionais”, revela Inês Bogéa, diretora artística e executiva do grupo, ao Estadão.
“Cor do Arco-Íris levará aos palcos dois grandes clássicos da dança – O Lago dos Cisnes e O Quebra-Nozes -, além de obras que celebram o centenário da Semana de 22, misturando diferentes linguagens para reinterpretar, à luz do século 21, os ares de inovação deixados pelos ventos modernistas”, explica Bogéa. Ela ressalta ainda que peças do repertório da companhia também estão agendados.
Destaques
A Temporada 2022 terá início em 26 de maio, no Theatro São Pedro, momento em que contará com música ao vivo executada pela Orquestra do teatro regida por Cláudio Cruz. A primeira coreografia apresentada será a inédita Di, de Miriam Druwe, que parte do Choro n.º 6, de Heitor Villa-Lobos, e inspirada livremente em obras de Di Cavalcanti. Esta é a primeira colaboração da coreógrafa com a companhia. Segundo Bogéa, a trajetória de Miriam é profundamente atravessada pelas artes visuais. “Eu busquei seu olhar singular para este que será seu primeiro trabalho para a SPCD.”
No mesmo palco, mas no mês de junho, o grupo apresentará novos trabalhos dos dois coreógrafos residentes. “Henrique Rodovalho nos revela um quarteto feminino inédito em Desassossegos, que teve pré-estreia em janeiro na cidade paulista de Santa Bárbara D’Oeste”, conta a diretora. ” Já Stephen Shropshire, americano que vive na Holanda, estará conosco pela primeira vez de modo presencial após ter criado duas obras para a SPCD inteiramente de modo virtual nos últimos dois anos”, explica Bogéa sobre a obra, ainda sem título e que será uma coprodução com o The Dutch Performing Arts Program of the Performing Arts Fund NL (Holanda).
Movimento
“Teremos também a estreia de uma obra que reflete sobre as relações do ser humano com seu entorno e será assinada por Gal Martins, coreógrafa com uma linguagem de movimento intensa e potente”, conta a diretora. Apresentação está agendada para agosto, no Teatro Alfa. Em setembro, tem novidade também, como conta Bogéa. “A temporada conta ainda com uma obra inédita do brasileiro Juliano Nunes, grande nome do momento na Europa, que assinará sua primeira coreografia para uma companhia no Brasil inspirada na Bachiana Brasileira n.º 8, de Villa-Lobos.”
Fechando a Temporada 2022, a SPCD dança uma versão completa “com um toque de brasilidade de O Quebra-Nozes, criada sob encomenda pela estrela da dança Márcia Haydée ao som da composição original de Piotr Ilitch Tchaikovski”, diz Inês Bogéa, enfatizando que esta é a segunda obra que “Márcia cria para a SPCD e também para uma companhia no Brasil”.
Mas a SPCD não se limita a expor sua arte no País, começando o ano com apresentações na França e para lá retornando logo mais. “Agora em março voltaremos a esse país para dançarmos em nove diferentes cidades”, avisa Bogéa. Depois, segundo conta, seguirão para Montreal, no Canadá, para mais quatro espetáculos. Por aqui, ainda há sessões agendadas para unidades das Fábricas de Cultura e em cidades do interior do Estado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.