Ante um possível recuo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação ao reajuste das polícias, a categoria também vai se reunir para debater a reestruturação das carreiras e os prazos legais. Está agendada uma assembleia-geral para debater um futuro movimento nesta quarta-feira, no auditório da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), na sede nacional em Brasília.
Conforme mostrou mais cedo o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o governo já descartou a possibilidade de editar uma Medida Provisória (MP) com o aumento para as carreiras dos policiais federais até 2 de abril, próximo sábado, quando se esgota o prazo para reajustes salariais acima da inflação antes das eleições.
Na segunda-feira, 28, o ministro da Justiça, Anderson Torres, reuniu representantes das polícias para conversar sobre o tema e tentar acalmar os ânimos e, segundo relatos, explicou que Bolsonaro não poderia anunciar o reajuste neste momento em razão da iminência de uma greve geral no Banco Central.
A lei eleitoral estabelece que reajustes na remuneração de servidores públicos para além da recomposição das perdas salariais estão vedados nos seis meses anteriores às eleições. Como o primeiro turno deste ano está marcado para 2 de outubro, o Executivo teria até o próximo sábado para editar uma MP com aumento de salário acima das perdas salariais, como reivindicam os policiais federais.
Na polícia, não há perspectiva de haver greve, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que órgãos ligados à segurança pública não podem paralisar suas atividades. Assim, os policiais decidirão o que pode ser feito caso o recuo do presidente se concretize.