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PolíticaApós queda de ministro, MEC demite Luciano Musse, auxiliar indicado por pastores

Após queda de ministro, MEC demite Luciano Musse, auxiliar indicado por pastores

Após queda de ministro, MEC demite Luciano Musse, auxiliar indicado por pastores

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O Ministério da Educação demitiu nesta quarta-feira, 30, o advogado Luciano de Freitas Musse, que estava lotado na Secretaria Executiva da pasta. Musse foi indicado ao cargo de gerente de projeto da pasta pelos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, que intermediavam o acesso de prefeitos ao ex-ministro Milton Ribeiro. A atuação da dupla de pastores foi revelada pelo Estadão, e incluía pedidos de propina em barras de ouro, compra de Bíblias com a foto do ministro como contrapartida e liberação de recursos em tempo recorde. Sem apoio entre os próprios evangélicos, Milton Ribeiro deixou o cargo nesta segunda-feira, dia 28.

Dentro da estrutura do MEC, a Secretaria Executiva é uma espécie de braço direito do ministro, responsável por administrar a estrutura da pasta no dia a dia. Como gerente de projetos, Musse tinha acesso a informações privilegiadas sobre o andamento dos trabalhos na pasta. Foi nomeado em abril de 2021 e recebia salário de cerca de R$ 10,3 mil líquidos. Musse vivia em Goiânia e começou a frequentar o MEC em reuniões promovidas pela dupla de pastores do ministério Cristo Para Todos, um ramo da Assembleia de Deus, antes de ser nomeado para o cargo comissionado.

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A atuação de Gilmar Santos e Arilton Moura consistia em organizar reuniões de prefeitos com o ministro Milton Ribeiro, o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Ponte, e técnicos do órgão. Os eventos aconteceram tanto em Brasília quanto em cidades de vários Estados. Em diversos casos, os pedidos de propina aconteciam num momento informal após a reunião, como um almoço. Para advogados, a atuação dos pastores pode configurar crime de tráfico de influência e de usurpação de função pública.

Segundo o Estadão apurou, Musse repassava aos pastores Gilmar e Arilton informações sobre o andamento dos convênios com prefeituras que estavam apresentando problemas, para que eles pudessem oferecer ajuda aos prefeitos. Também levantava informações sobre o andamento da liberação de recursos. Segundo um prefeito, que pediu anonimato, o papel de Luciano Musse era identificar “dificuldades” para que os pastores pudessem apresentar “facilidades”.

O prefeito de Jaupaci (GO), Laerte Dourado (Progressistas), disse à reportagem que chegou aos pastores Gilmar e Arilton por meio de um “Luciano”. Ele esteve no MEC duas vezes no ano passado, tentando levantar R$ 800 mil para a educação do município. “Acho que ele é de Goiânia, mas eles têm propriedade no meu município”, disse Dourado sobre Luciano.

Na semana passada, Musse disse à reportagem do Estadão que não tinha sido indicado pelos pastores. Ele admitiu conhecer os religiosos, mas desligou o telefone ao ser questionado sobre os encontros que participou no MEC em conjunto com a dupla.

No dia 18 de março, quando o jornal revelou a influência dos pastores sobre o MEC, a pasta expeliu outro assessor que também tinha sido indicado por Gilmar Santos e Arilton Moura. Odimar Barreto dos Santos é major da Polícia Militar de São Paulo e ocupava o cargo de assessor especial do gabinete do ministro.

A exoneração de Odimar foi publicada numa edição extra do Diário Oficial. Além de policial militar, ele também é pastor da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, em Santos (SP), da qual também faz parte o ministro Milton Ribeiro. Dentro do MEC, Odimar era apontado como a pessoa responsável por fazer a interlocução entre o ex-ministro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Desde que a dupla passou a intermediar o acesso de prefeitos à pasta, no começo de 2021, Odimar era presença constante nas reuniões promovidas pelos pastores.

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