O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta sexta, 8, a dificuldade do governo em emplacar o nome de André Mendonça no Supremo Tribunal Federal (STF). “Temos problema sério pela frente agora, indiquei excepcional jurista, que é evangélico também, para o Supremo, e tem corrente que não quer. Indico e tem uma ala que não quer ele lá. E chega recado”, declarou Bolsonaro na cerimônia alusiva à 1ª Feira Brasileira do Nióbio, em Campinas (SP).
A indicação de Mendonça está parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado há meses. O presidente do colegiado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), resiste ao nome do ex-ministro da Justiça, mas já sinalizou a aliados que pode pautar a sabatina ainda neste mês.
Bolsonaro voltou a defender seu indicado como forma de renovar o STF. “As coisas mudam”, reiterou. “Ano que vem tem eleições, vamos prestigiar quem fez bom trabalho e renovar”, disse, ainda, sobre o processo eleitoral, já ameaçado publicamente pelo presidente caso o Congresso rejeitasse a proposta do voto impresso, como o fez.
Hoje, porém, o chefe do Executivo mais uma vez garantiu que as eleições de 2022 ocorrerão normalmente. “Pode ter certeza que não vai ter sacanagem nas eleições. Convidaram as Forças Armadas. Aceitamos e vamos participar de todo processo eleitoral”, declarou, em referência à decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, de incluir as Forças Armadas como instituição de acompanhamento da eleição. “Vamos acabar com suspeição (do processo eleitoral)”, acrescentou Bolsonaro.
“Mais difícil é se manter no poder, é o tempo todo desgaste”, disse ainda sobre ser presidente, que elogiou mais uma vez a política externa brasileira e o combate à pandemia pelo governo federal, neste dia em que o País atingiu a marca de 600 mil vidas perdidas.