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PolíticaClãs tradicionais da política do Nordeste tentam manter poder

Clãs tradicionais da política do Nordeste tentam manter poder

Clãs tradicionais da política do Nordeste tentam manter poder

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Em outubro, três famílias tradicionais da política nordestina terão de adotar novas estratégias para manter um poder que possuem há décadas. No Maranhão, Roseana Sarney (MDB) tenta voltar a Brasília como puxadora de votos para a Câmara dos Deputados; em Alagoas, Renan Filho (MDB) disputará o Senado contra Fernando Collor (PROS). A situação mais tranquila é a do ex-prefeito de Salvador Antônio Carlos Magalhães Neto (União Brasil), que vai disputar o governo baiano com recursos milionários de seu partido e sem um oponente de peso no PT, que hoje ocupa o Palácio de Ondina.

Filha do ex-presidente José Sarney, Roseana foi governadora do Maranhão por quatro mandatos (1995 a 2002 e 2009 a 2014). A dificuldade na disputa pelo Senado, que terá o ex-governador Flávio Dino (PSB) e, possivelmente, o senador Roberto Rocha (PSDB), pesou na decisão. “Já fui deputada, senadora e governadora, e queria voltar a ter essa experiência de deputada”, disse ela.

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Em Alagoas, o ex-governador Renan Filho pretende buscar uma vaga no Senado, e a disputa promete ser dura. O emedebista vai enfrentar o ex-presidente Fernando Collor, que busca a reeleição com apoio do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), e do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nos últimos anos, Lira levou centenas de milhões de reais para Alagoas por meio do orçamento secreto, conquistando o apoio de prefeitos em todas as regiões do Estado. A dupla Lira e Collor fará o palanque de Bolsonaro em Alagoas, enquanto o clã Calheiros vai apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Renan Filho deixou o governo no início do mês e o posto ficou vago, já que, em 2020, seu vice, Luciano Barbosa (MDB), rompeu com os Calheiros e se elegeu prefeito de Arapiraca. Cabe à Assembleia Legislativa escolher governador e vice para um mandato-tampão, até o fim do ano, entre os deputados estaduais.

Há a possibilidade de o Palácio Floriano Peixoto acabar nas mãos do grupo de Lira, que teria, de saída, pelo menos nove dos 27 integrantes da Assembleia, segundo aliados. Mas o MDB terminou bem a janela partidária: tem 17 dos 27 deputados. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), pai do ex-governador, se diz tranquilo: “Lira é um típico caso daquelas pessoas que têm influência em Brasília e não têm voto popular no Estado”.

Bahia

ACM Neto lidera as pesquisas de intenção de voto para o governo da Bahia – posto que seu avô, Antônio Carlos Magalhães, exerceu por três vezes, nas décadas de 1970 a 1990. Em fevereiro, o senador e ex-governador Jaques Wagner (PT), segundo colocado nas pesquisas, desistiu da disputa. Em seu lugar, o PT indicou o secretário de Educação do governo de Rui Costa (PT), Jerônimo Rodrigues, que tem o desafio de se tornar conhecido entre os eleitores.

Para o professor e pesquisador Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a existência de famílias que se perpetuam na política é “um fenômeno histórico e social de longa duração”. “A política, no Brasil, é, sempre foi e continuará sendo um negócio de família política. A família política, no Brasil, é mais importante do que a grande maioria dos partidos”, disse o professor.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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