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PolíticaCláudio Castro muda primeiro escalão e amplia alianças no RJ

Cláudio Castro muda primeiro escalão e amplia alianças no RJ

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), realizou uma reforma no secretariado para tentar atrair e fidelizar aliados para a disputa eleitoral de 2022. A mudança incluiu no primeiro escalão o PSDB e um deputado citado nas investigações contra o ex-governador Wilson Witzel (PSC).

Aliado de Jair Bolsonaro (sem partido), Castro pretende formar uma frente de centro-direita para além da base de apoio do presidente da República em sua campanha à reeleição no ano que vem. As mudanças no governo começaram em maio e foram concluídas nesta semana.

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O movimento é uma reação às articulações de uma frente de oposição à sua reeleição, que incluiria desde o deputado Marcelo Freixo, ex-PSOL migrando para o PSB, ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), passando pelo PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A ida do PSDB para o governo estadual é um dos resultados desse movimento. A sigla se aproxima de Castro num cenário político ainda indefinido no estado para marcar uma posição contrária à movimentação de Freixo de atração das siglas do centro.

Desconhecido, o governador fluminense pretende usar como marca a privatização da Cedae como um cartão de visitas para esse espectro político. O presidente do PSDB fluminense, Otávio Leite, afirmou que Castro “vem fazendo o dever de casa”.

“O Rio não pode mais se dar ao luxo de fraturas ou arritmias que têm prejudicado a administração do estado. O governo Cláudio Castro vem fazendo um dever de casa. Há uma convergência de propósitos do que seja nesse momento o necessário para o Rio”, afirmou Leite.

O nome do PSDB no governo Castro é o deputado estadual Max Lemos (PSDB), que assumiu a Secretaria de Infraestrutura e Obras.

Leite afirma que a adesão ao governo não é um compromisso em relação a 2022.

Castro deve apoiar Bolsonaro, enquanto o PSDB ainda definirá, em prévias, a escolha de um nome para a corrida presidencial do ano que vem. Atualmente, a disputa envolve os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.

“O partido vai trabalhar no Rio dentro do interesse nacional”, afirmou o dirigente tucano no estado.

As novas vagas também atenderam a MDB, Republicanos e à nova ala do DEM que vai dirigir o partido no estado.

O MDB fluminense tem um dos principais apoiadores de Bolsonaro no Rio de Janeiro, o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis. Ele pretende ser candidato ao Senado em 2022, com apoio do presidente e de Castro.

A sigla indicou o deputado federal Vinicius Farah (MDB-RJ) para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Farah responde a ação penal em razão da Operação Furna da Onça, que investigou corrupção na Assembleia Legislativa durante a gestão do emedebista Sérgio Cabral (2007-2014).

Em nota, ele classificou a acusação de “risível” e disse que está absolutamente tranquilo em relação ao processo.

O DEM indicou o deputado federal Juninho do Pneu (DEM-RJ) para a Secretaria de Transportes. Ele teve o apoio do deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), futuro dirigente do partido no estado.

A sigla já tinha um indicado no governo estadual ligado ao grupo de Paes. O prefeito deixou o DEM para o PSD e discute aliança com Freixo.

O governador também abriu espaço para o Republicanos, partido controlado pela Igreja Universal.

A sigla indicou o empresário Matheus Quintal para a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos. A pasta é vista como central aos interesses dos evangélicos por lidar com temas sensíveis ao grupo, como as pautas LGBT.

As mudanças também miraram a articulação na Assembleia Legislativa fluminense. O governador nomeou no fim de maio para a Secretaria de Governo o deputado estadual Rodrigo Bacellar (Solidariedade), com bom trânsito entre os membros da Casa.

Bacellar é citado na delação do ex-secretário de Saúde Edmar Santos, pivô do impeachment do ex-governador Witzel. Ele é descrito como o coordenador do esquema criminoso para direcionar recursos da área da saúde a determinados municípios a fim de garantir apoio de deputados estaduais ao governo.

Além de dividendos políticos aos investigados, a PGR (Procuradoria-Geral da República) suspeita de desvio de dinheiro público nas prefeituras em favor desses membros da Assembleia.

O ex-secretário disse à Procuradoria que foi Bacellar quem contou a ele que o repasse às prefeituras renderia propina aos envolvidos.

A PGR solicitou busca e apreensão em endereços do secretário de Governo, mas o ministro Benedito Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), não autorizou a medida. O magistrado não justificou a negativa.

Em nota à época da operação, Bacellar disse que esteve em poucas reuniões com Santos e negou ter tratado de desvio de recursos da saúde.

“Sempre foram tratados exclusivamente assuntos referentes às necessidades dos municípios do estado no tocante às questões da Saúde. Procuro ajudar a levar soluções não só para a área da Saúde, bem como de outras necessidades, já que como parlamentar percorro as regiões e tenho conhecimento sobre as reais necessidades dos municípios”, disse ele.

Castro também foi alvo da Operação Tris In Idem, que afastou Witzel do cargo em agosto do ano passado. Desde então, seu governo é visto como refém da relação com a família Bolsonaro.

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) já havia referendado no ano passado a nomeação de dois secretários mantidos na atual estrutura: José Luís Cardoso Zamith (Planejamento) e Leandro Alves (Esportes). Ele não teve indicados nesse novo movimento de Cláudio Castro.

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