O deputado federal Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) fez uma publicação elogiosa sobre o general Newton Cruz, que morreu na última sexta-feira, 15, e o chamou de “herói nacional”. O parlamentar prestou homenagem ao militar e afirmou que ele foi responsável por permitir que o Brasil continuasse “livre” a partir de 1964, em uma exaltação à ditadura.
“Morreu o General Newton Cruz, um grande herói da resistência brasileira contra o comunismo em favor da liberdade. Graças à ação dele e de inúmeros outros corajosos militares, nosso país seguiu livre em 1964. Obrigado pelos seus serviços, meus sentimentos à família. Brasil!”, escreveu o deputado.
Newton Cruz foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) durante o regime militar, entre 1977 e 1983, e do Comando Militar do Planalto. Ele ficou conhecido, entre outras coisas, por não ter impedido o atentado no Riocentro, o mais emblemático de uma série de explosões provocadas por agentes da repressão, insatisfeitos com o processo de abertura política.
Na noite de 30 de abril de 1981, uma bomba explodiu em um carro Puma no estacionamento do centro de convenções, em Jacarepaguá, no Rio. À época, o inquérito policial militar instaurado pelo Exército atribuiu os fatos a terroristas de esquerda.
Décadas depois, em 2012, uma investigação mais ampla foi feita pelo Ministério Público Federal do Rio e concluiu que Cruz, que já era general e chefiava a Agência Central do SNI, soube do atentado de antemão e autorizou que fosse adiante. Os procuradores pediram pena mínima de 36 anos e seis meses de prisão, por homicídio tentado, formação de quadrilha ou bando, transporte de explosivos, fraude processual e favorecimento pessoal. Ele nunca foi condenado.