A vereadora de São Paulo Erika Hilton (PSOL) entrou com uma representação no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para que o órgão investigue a utilização de R$ 1 milhão pela Segurança Pública do Estado para reforço no policiamento da motociata liderada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira, 15, na capital.
A secretaria informou durante a semana que um efetivo de mais de 1.900 policiais militares era previsto para formar a equipe responsável pela operação.
No documento, Erika afirma que “há fortes indícios” de que a utilização de recursos públicos para a realização do evento foi feita “para fins de promoção pessoal” de Bolsonaro, dos ex-ministros Tarcísio de Freitas e de Ricardo Salles, e do ex-secretário da Pesca, Jorge Seif; já que todos pré-candidatos a cargos eletivos nas eleições de 2022, o que pode configurar também como “ato de improbidade administrativa”.
Bolsonaro, Salles e Seif são filiados ao PL e buscam, respectivamente, a reeleição à Presidência, uma vaga na Câmara dos Deputados e o governo do Estado de Santa Catarina. Tarcísio (Republicanos), mesmo em uma sigla diferente, ainda está na base do governo e tem o apoio do presidente para disputar o governo do Estado de São Paulo.
A representação ainda afirma que há “indícios de lesividade ao patrimônio público e violação da impessoalidade” e que uma apuração deve ser feita para investigar um “eventual ato de improbidade administrativa e lesão ao patrimônio público do Estado de São Paulo”.
Segundo registros de pedágios da Rodovia dos Bandeirantes, a motociata liderada pelo presidente contou com 3.703 motos. A rodovia ficou interditada para o evento logo pela manhã e foi liberada por volta das 13h.
Ao chegar em Americana, Bolsonaro fez um discurso em que criticou um acordo firmado entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o WhatsApp para adiar o lançamento de uma nova ferramenta do aplicativo no País que permite a criação de grupos com milhares de pessoas. O presidente classificou essa parceria entre a Justiça eleitoral e o aplicativo como “inaceitável” e “inadmissível” e afirmou que não será cumprido. Ele, no entanto, não explicou com poderia interferir.
O Estadão entrou em contato com o Planalto para comentar sobre o ocorrido, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.