O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), negocia com líderes que representam as forças de segurança o fim da paralisação no Estado. A mobilização teve início há uma semana, com a adoção de “operação-padrão” pelas tropas. Policiais reivindicam recomposição salarial de 41%.
Neste sábado, 26, a secretária de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Luísa Barreto (PSDB), numa tentativa de abrir diálogo e encerrar o movimento, chamou integrantes de dez sindicatos para uma reunião no Palácio Tiradentes, sede do governo mineiro, nesta quinta-feira. Apoiadores dos protestos dos policiais, os deputados federais Subtenente Gonzaga (PDT), Cabo Junio do Amaral (PL) e Léo Motta (PSL) e os deputados estaduais Sargento Rodrigues (PTB), Coronel Sandro (PSL), Delegada Sheila (PSL) e Delegado Heli Grilo (PSL) não foram convidados para o encontro no palácio. Todos eles são alinhados ao presidente Jair Bolsonaro e participaram dos atos ocorridos em Belo Horizonte, na semana passada.
Zema deve receber representantes de dez categorias profissionais de segurança de Minas Gerais, entre policiais militares e civis, bombeiros, agentes penais, prisionais, socioeducativos e da Defesa Civil, escrivães, peritos criminais e analistas de segurança.
As lideranças do movimento das forças de segurança, por meio de nota, afirmaram, também anteontem, que o encontro convocado pela secretária Luísa Barreto é o primeiro aceno que o governo Zema faz, “o que demonstra um claro interesse do Executivo estadual em iniciar uma negociação”.
Na sexta-feira, 25, o movimento realizou na Cidade Administrativa, onde está instalado o Palácio Tiradentes, o segundo protesto contra o governador, rechaçando o aumento de 10,06% nos salários de todo o funcionalismo público do Estado, incluindo aposentados e inativos, proposto na véspera por Zema.
Acordo
As forças policiais pedem o cumprimento do acordo feito por Zema em seu primeiro ano de governo – ele prometeu fazer a recomposição salarial das tropas em três parcelas: 13% em julho de 2020, 12% em setembro do ano passado e 12% em setembro deste ano. A primeira parte do reajuste foi feita, mas as outras duas, não. As forças de segurança do Estado não tinham reajustes (baseados na inflação) desde 2015, durante a gestão do petista Fernando Pimentel (PT).
Na semana passada, Zema divulgou nota em que afirmou estar “equilibrando as contas”, mas que depende da renegociação da dívida com a União para atender ao pleito dos PMs. “A renegociação da dívida com a União permitirá recomposição dos salários dos profissionais de segurança. Continuamos em busca de alternativas.”
Na sexta-feira, 25, o Tribunal de Justiça de Minas acolheu tese da advocacia do Estado e determinou o encerramento da greve dos policiais, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, limitada a R$ 10 milhões.
A reportagem do Estadão procurou ontem os deputados estaduais Sargento Rodrigues, Coronel Sandro e Delegada Sheila e o deputado federal Cabo Junio do Amaral para comentar o fato de não participarem das negociações, mas não houve resposta até a conclusão desta edição. Os deputados Delegado Heli Grilo e os deputados federais Subtenente Gonzaga e Léo Motta não foram localizados.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.