SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O grupo de Guilherme Boulos (SP) venceu eleição nacional entre filiados ao PSOL que aconteceu nos finais de semana de agosto e continuará a ter posição dominante no interior da sigla. Também fazem parte do grupo o atual presidente, Juliano Medeiros, a líder do partido na Câmara, Talíria Petrone (RJ), e o deputado federal Ivan Valente (SP).
Eles tiveram aproximadamente 60% dos votos, contra cerca de 40% de grupos concorrentes, que têm como principais referências o deputado federal Glauber Braga (RJ) e a deputada estadual Luciana Genro (RS). Dessa forma, terão prioridade na distribuição de postos e definição de rumos da legenda.
O grupo de Boulos tem defendido a discussão sobre a possibilidade de o partido não lançar um candidato à Presidência em 2022, privilegiando assim a composição de uma frente ampla de oposição a Jair Bolsonaro.
Com a vitória, o debate deve continuar no partido até chegar a uma definição, que deve sair somente no ano que vem. Até o momento, a discussão tem centrado na possibilidade de apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o candidato que atualmente lidera as pesquisas eleitorais.
No entanto, os envolvidos fazem a ressalva de que ainda há muitas questões a equacionar, como a posição que o PSOL ocuparia na aliança, o programa político desse grupo de partidos e os demais membros dessa coalizão.
“O partido sai mais forte, foi um processo democrático interno com a participação de quase 50 mil filiados do Brasil inteiro, e a posição que defende o PSOL com mais amplitude mantendo sua coerência de princípios saiu fortalecida desse congresso”, diz Boulos ao Painel.
Caso a outra corrente vencesse, essa discussão perderia força. Braga disse à coluna em 19 de agosto que, em sua visão, abandonar uma candidatura própria do PSOL seria perder uma plataforma para reforçar o programa do partido que poderia ser utilizada para fazer contato com a juventude.