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PolíticaLula cobra investigação do governo Bolsonaro sobre 'quadrilha na educação'

Lula cobra investigação do governo Bolsonaro sobre ‘quadrilha na educação’

Lula cobra investigação do governo Bolsonaro sobre ‘quadrilha na educação’

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou o governo Bolsonaro de se omitir nas investigações da “quadrilha na educação”, expressão usada pelo petista para classificar a atuação do chamado gabinete paralelo de pastores no MEC, revelada pelo Estadão no último dia 18.

“Por que não parece denúncias de governo em alguns governos? Porque se você jogar embaixo do tapete… Cadê a investigação do (Fabrício) Queiroz? Cadê a investigação da rachadinha? Cadê a investigação das vacinas do (Eduardo, ex-ministro da Saúde) Pazuello e da quadrilha que foi montada? Nada é investigado. Se nada é investigado, não aparece corrupção. Agora mesmo tem uma quadrilha na educação e isso não é investigado”, disse Lula em entrevista à Rádio Super, da região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

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Segundo o petista, o caso mostra a incompetência do presidente. “A educação está muito ruim, mas ele tem a educação paralela dirigida por um fim específico para alguns setores de igrejas, o que demonstra que esse homem não está preparado, não esteve preparado e não pode continuar governando o Brasil.”

Como mostrou o Estadão, um grupo de pastores, capitaneado por Gilson Santos e Arilton Moura passou a interferir na gestão do MEC, agilizando a liberação de recursos e influenciando a agenda de Milton Ribeiro, abrindo as portas do ministério para prefeitos atendidos por eles. Há relatos de diversos mandatários que foram assediados com pedidos de propina, incluindo o pedido para a entrega de 1 quilo em ouro como parte do pagamento; os valores mais baixos cobrados ficaram em R$ 15 mil.

Além do gabinete paralelo do MEC e das denúncias na compra de vacinas, Lula fez questão de destacar o orçamento secreto; esquema de compra de apoio no Congresso por meio do repasse de emendas parlamentares também denunciado pelo Estadão.

As gestões de Lula e Dilma também foram alvo de escândalos. O primeiro mandato do petista na Presidência foi marcado por uma relação com o Congresso Nacional que resultou no caso do mensalão. Em 2005, o então deputado Roberto Jefferson (PTB) admitiu que deputados recebiam uma espécie de mesada para votarem a favor dos projetos do governo. A denúncia virou ação penal, julgada pelo Supremo Tribunal Federal em 2012, e resultou na condenação de 25 réus.

Já no governo Dilma, a Petrobras esteve no centro da Operação Lava Jato, que levou o ex-presidente Lula à prisão em 2018. O esquema bilionário de corrupção na estatal, chamado de Petrolão, envolvia, segundo as investigações, cobrança de propina de grandes empreiteiras do País, lavagem de dinheiro e superfaturamento de obras, com o objetivo de abastecer políticos, partidos, além de servidores da estatal, durante os governos petistas.

No ano passado, Lula teve todos os seus processos da Lava Jato anulados após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que o ex-juiz Sérgio Moro, atual pré-candidato à Presidência pelo Podemos, foi parcial na condução das ações.

Nesta terça-feira, 22, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou, por 4 votos a 1, o ex-procurador da República e coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, a pagar indenização de R$ 75 mil a Lula pelo PowerPoint em que acusou o petista de liderar uma organização criminosa. A conclusão dos ministros é que houve ‘excesso’ na divulgação da denúncia contra o petista e que Dallagnol ofendeu a honra e a reputação do ex-presidente.

Eleições estaduais

Lula admitiu que tem realizado conversas com o PSD e com o presidente da sigla, Gilberto Kassab, para analisar a corrida eleitoral em Minas Gerais, onde o PT deve se aliar ao prefeito de Belo Horizente, Alexandre Kalil, para a disputa ao governo. “A única coisa que tenho certeza é que o Kalil precisa de mim e que eu preciso do Kalil. A única coisa que tenho certeza é que se nos unirmos, faremos uma chapa muito forte em Minas Gerais”, disse. Mesmo sem dar certeza sobre a união, o petista afirmou que ela é “muito grande”: “Falta pouca coisa para que a gente possa acertar isso”.

De acordo com pesquisa Genial/Quaest referente ao mês de março, o governador Romeu Zema (Novo) tem a preferência do eleitorado mineiro para a disputa deste ano, com 34% das intenções de voto. Alexandre Kalil aparece como segundo colocado, com 21%.

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