O temor do impacto das polêmicas envolvendo membros do MBL na pré-candidatura de Sérgio Moro fez a paciência diminuir entre políticos do Podemos. Após as declarações de Kim Kataguiri sobre nazismo, em fevereiro, e os áudios de Arthur do Val, sobre refugiadas ucranianas, cresceu a pressão para que se tenha cada vez menos tolerância com episódios desse tipo dentro da sigla.
Após o partido abrir processo disciplinar que pode levar à expulsão de Arthur do Podemos, políticos da sigla sugerem que ele se adiante: “Minha posição é de pedir a ele que se desligue do partido e, se não concordar, que se decida pela expulsão É o que tem que ser feito”, disse o senador Alvaro Dias (PR).
Arthur do Val era pré-candidato a governador de São Paulo pelo Podemos e anunciou neste sábado (5) a retirada de seu nome da disputa após a polêmica dos áudios.
“Ele vai pagar o preço”, afirmou o deputado José Nelto (GO). “O Podemos terá que tomar uma posição, mas o melhor para ele agora é pedir para sair do partido imediatamente para não ser expulso. Sobre a convivência dele no mundo político, ele mesmo pôs um ponto final.”
Em viagem à Europa para acompanhar o conflito e com o discurso de ajudar o lado atacado pela Rússia, Arthur enviou a amigos áudios dizendo que as ucranianas são “fáceis porque são pobres”. “Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’, e é inacreditável a facilidade”.
Neste sábado, na chegada ao Brasil, ele reconheceu que o teor machista das declarações e pediu desculpas. Arthur ainda deixou claro que não sabe se vai tocar adiante sua pré-candidatura ao governo do Estado.