O PROS anunciou que terá candidato próprio à Presidência da República. O escolhido pela legenda é o coach e influenciador digital Pablo Marçal. A decisão foi revelada em encontro da sigla em São Paulo, no sábado, 14, mas o lançamento oficial da pré-candidatura está marcado para quarta-feira, dia 18, em evento da executiva nacional da sigla, em Brasília.
Marçal ficou conhecido após precisar ser resgatado pelos bombeiros junto a um grupo de 32 pessoas na Serra da Mantiqueira sob condições climáticas desfavoráveis, em janeiro. Ele liderava os turistas como parte de um treinamento que estimula pessoas a enfrentarem situações desafiadoras, mas a chuva e o vento forte fizeram o grupo se perder.
Com 2.420 metros de altitude, o local, na região do Vale do Paraíba, é conhecido para turismo montanhoso no Estado de São Paulo, mas a Defesa Civil alertava para as condições impróprias para a escalada naquela ocasião.
Marçal se apresenta como “cristão, filantropo, empreendedor imobiliário e digital, mentor, estrategista de negócios, especialista em branding e jurista por formação”. Natural de Goiânia, ele costuma realizar palestras sobre empreendedorismo em diversas cidades.
Após o resgate, Marçal passou a vestir uma bandeira do Brasil e se engajar politicamente. No Instagram, onde tem mais de 2,2 milhões de seguidores, mistura conteúdos de suas palestras com materiais da pré-campanha.
Em evento em Barueri (SP) no começo do mês, ele pediu que os presentes repetissem frases como “a minha ideologia é o reino, é a família, é a liberdade” e “eu sou a nação brasileira”.
Divergências
Em 2014 e 2018, o PROS compôs a coligação do PT ao pleito presidencial. Em 2020, dissidências internas colocaram a cadeira de presidente da sigla em disputa. A Executiva Nacional destituiu o então presidente Eurípedes de Macedo Júnior do cargo, ato tomado como “golpe partidário” pelo grupo que o apoiava.
Macedo Júnior chegou a recuperar o posto, mas uma decisão da 8ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios conduziu Marcus Holanda à presidência em 8 de março deste ano. O grupo contrário ao ex-presidente o acusava de usar recursos do fundo partidário para interesses pessoais e negociar alianças com o mesmo fim.
Em 22 março, a briga levou o partido a retirar a pré-candidatura de Cabo Daciolo ao governo do Rio de Janeiro. Após o diretório regional do PROS anunciar que ele disputaria o cargo, a executiva nacional do partido contestou a legitimidade da escolha do candidato. Hoje, a bancada da sigla na Câmara dos Deputados tem quatro parlamentares, a metade do total eleito em 2018.