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PolíticaTelegram suspende conta de Allan dos Santos após determinação do STF

Telegram suspende conta de Allan dos Santos após determinação do STF

Telegram suspende conta de Allan dos Santos após determinação do STF

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A rede social Telegram suspendeu a conta do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos neste sábado, 26. A medida segue após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a exclusão do canal em até 24 horas. Caso a medida não fosse acatada, a rede social deveria ser bloqueada em território brasileiro por 48 horas. A rede social é preferida dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que se sentem descontentes com as medidas de outras plataformas para combater a disseminação de desinformação.

As pessoas que tentam acessar o canal do bolsonarista se deparam com a mensagem “este canal não pode ser exibido porque violou as leis locais”. A página do blogueiro tinha mais de 100 mil seguidores. Allan dos Santos logo abriu um canal reserva no Telegram, com aproximadamente 13 mil inscritos, em que volta a publicar vídeos e a atacar o ministro do Supremo. Num vídeo que ele publicou na página, ele afirma que o bloqueio é apenas válido no Brasil.

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“As pessoas que estão aqui nos Estados Unidos podem acessar normalmente”, disse Allan, que está foragido no país e está acompanhando o Conservative Political Action Conference (CPAC), maior evento conservador americano. No evento, Allan dos Santos posou para uma foto com Nigel Farage, fundador do partido do Brexit, que levou o Reino Unido a sair da União Europeia.

Em nota nas redes sociais, a conta oficial do STF disse que “Em respeito à decisão judicial proferida pelo Ministro Alexandre de Moraes, nos autos da PET 9935, o Telegram suspendeu três contas atribuídas a um dos investigados pela suspeita de liderar esquema de financiamento de milícias digitais no Brasil”.

Allan também afirma que o canal não foi derrubado, mas que a rede social teve de ceder ao que ele chamou de “pressão jurídica”. “O Telegram disse que eu teria violado leis brasileiras e quem falou isso foi um juiz. Como que o Telegram vai dizer para um juiz que eu não fiz isso?”

Na nova página, Allan dos Santos publicou um tutorial de como burlar o bloqueio no Telegram e voltar a ter o acesso à página principal na plataforma.

Em novembro do ano passado, o Twitter removeu mais de uma conta do blogueiro bolsonarista na rede social – uma das últimas foi @allannoexilio, perfil reserva de Allan dos Santos na plataforma.

Nove meses antes, o YouTube encerrou dois canais de Allan dos Santos, usados como alternativos em caso de novo banimento no site. A criação de perfis alternativos é uma violação da política do site, e as contas foram excluídas.

O jornal O Estado de S. Paulo não conseguiu contato com o Telegram e Allan dos Santos até a publicação desta reportagem.

Investigado

No início de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes havia determinado que a rede social excluísse três perfis ligados a Allan dos Santos, mas a providência não foi atendida. A decisão foi oficiada então aos sócios de um escritório de advocacia com poderes para representar a rede social no País. Moraes deu 24h para que os canais fossem suspensos, sob pena de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento e bloqueio do Telegram em território nacional.

O aplicativo de mensagens russo tem sede em Dubai. Em uma cerimônia na qual anunciou parceria com redes sociais para o combate à desinformação sobre o processo eleitoral, o ministro Luís Roberto Barroso, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse ter tentado entrar em contato com a rede social, mas sem sucesso.

A rede social tem uma política mais branda de moderação de conteúdo, o que permite a divulgação de mensagens falsas sobre a segurança do processo eleitoral e sobre temas relacionados à pandemia de covid-19 – como a promoção de tratamentos ineficazes e a negação da segurança de vacinas.

Além disso, pesquisadores apontam o aplicativo como terreno fértil para venda de armas e drogas, divulgação de pedofilia e promoção de discursos de ódio.

Allan dos Santos está nos Estados Unidos desde que o ministro Alexandre de Moraes mandou prendê-lo no dia 5 de outubro.

Moraes determinou a prisão no inquérito das milícias digitais, e indicou que o nome do blogueiro bolsonarista deve ser incluído na lista de Difusão Vermelha da Polícia Internacional (Interpol) para “viabilizar sua prisão, neste País ou em outro”.

Na representação encaminhada ao Supremo, a delegada da PF Denisse Dias Rosas Ribeiro pediu a prisão preventiva de Allan com base na prática frequente dos crimes de ameaça, ataques contra a honra e incitação à prática de crime, assim como a participação de organização criminosa.

O blogueiro é investigado em dois inquéritos: o de fake news e atos antidemocráticos. Na internet, foi banido do Twitter, do Facebook e do Youtube e teve o blog Terça Livre encerrado.

Em janeiro, o blogueiro esteve ao lado do ministro das Comunicações, Fábio Faria, em evento evangélico e conservador no Estado da Flórida, nos Estados Unidos.

Em nota, o ministro disse que foi convidado para discursar num evento de um pastor de uma igreja que ele e a família frequentam em Orlando. “Se eu soubesse que ele (Allan dos Santos) iria, eu não teria comparecido”, afirmou.

O blogueiro também esteve no enterro de Olavo de Carvalho, em Richmond, no Estado americano da Virgínia, também em janeiro. No evento reservado também estiveram o ex-chanceler Ernesto Araújo assim como o embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster.

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