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Conteúdo patrocinadoGeralConstrução civil aposta em investimentos para superar 2020

Construção civil aposta em investimentos para superar 2020

Mesmo durante toda pandemia setor não parou, reforçou investimentos em treinamentos de equipes e fez mercado imobiliário bater recordes de vendas.

A construção civil corresponde a 6,2% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e a 34% de toda indústria nacional, segundo informações da Regional Ribeirão Preto do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo). O setor foi o que mais gerou empregos no país nos 10 primeiros meses de 2020. Foram cerca de 139 mil vagas formais, de acordo com dados do Ministério da Economia, o melhor resultado desde 2013, quando a construção civil gerou mais de 207 mil novas vagas.

O impacto que a pandemia do novo coronavírus poderia ter sobre a construção civil fez todo o setor econômico Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo ligar a luz amarela logo no início do problema, entre março e abril de 2020. Mas o que se viu foi uma força descomunal em busca de soluções tecnológicas e renovação de estratégias capazes para manter investimentos e empregos. Porção considerável da área, o mercado imobiliário surgiu como âncora de sucesso neste período, papel que já vinha sustentando desde 2007.

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A queda sequencial da taxa básica de juros (Taxa Selic) foi a grande mola propulsora do mercado imobiliário em 2020 caiu para 2% em dezembro. Isso fez com que recursos antes colocados em renda fixa, como Poupança, Letras de Câmbio e Tesouro Direto, ou variáveis, como as bolsas de valores, todos, então, menos lucrativos, migrassem para a produção e a compra de imóveis.

Essencial para quem dela depende mercado financeiro, empreendedores, consumidor final, etc. , a construção civil procurou, logo de cara, manter a saúde dos trabalhadores nos canteiros de obras por meio de distanciamento nas operações e no revezamento, por exemplo, de refeitórios e outras seções comuns. As empresas, que já há algum tempo vinham, calcadas em pesquisas, focando nos desejos reais dos consumidores, apostou em produtos de alto valor agregado, como bairros planejados, com infraestrutura se assemelhando, em alguns casos, a vilas europeias, ou residenciais verticais de alto e altíssimo padrões.

Assim, outras áreas que também fazem parte da construção civil passaram a se beneficiar deste processo de crescimento, como as empresas de Arquitetura e Urbanismo e setores de Paisagismo e Decoração.

Expectativas para 2021

Depois de um ano de retração, a construção civil deverá ter, em 2021, segundo projeções da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), o maior crescimento para o setor em oito anos. O PIB do segmento deve avançar 4%, depois de recuar 2,8% em 2020. Caso a estimativa se confirme, essa será a maior expansão para a construção civil desde 2013, quando o setor tinha crescido 4,5%, desempenho melhor que o restante da economia.

“As previsões para 2021 são as melhores possíveis. A chegada das vacinas tem dado maior segurança e alento à população. Isso impactará positivamente no mercado. Como todo o setor tem investido bastante em tecnologia, como o uso do BIM (Building Information Modeling) na execução de projetos e obras e o de periféricos como tablets nos canteiros, para gerenciamento, controle de qualidade e custos, acredito que continuaremos a viver momentos de crescimento”, afirma Fernando Junqueira, um dos fundadores e hoje membro do Conselho de Acionistas da Perplan Urbanização e Empreendimentos.

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Foto: Fernando Junqueira

“A diminuição de juros, tanto para empreendedores como para o comprador final, e as ações dos bancos no oferecimento de facilidades de acesso a financiamentos ajudaram a aquecer e manter o mercado ativo. Devemos destacar a atuação das empresas de nossa região, que ficaram atentas à situação e trabalharam para manter o emprego e a produção”, salienta José Batista Ferreira, presidente da Assilcon (Associação das Incorporadoras, Loteadoras e Construtoras de Ribeirão Preto).

Para Ferreira, um aspecto positivo é o Marco Regulatório do Saneamento, que fomentará a produção e a incorporação de imóveis e, também, a infraestrutura geral. Ele determina que as cidades se desenvolvam sem deixar passivos de água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos. A nova Lei de Uso e Ocupação do Solo, em discussão há quase 7 anos, indica a observação de situações dessa natureza, com relação ao crescimento e ao desenvolvimento da cidade, com legislações específicas.

“Existe uma intenção da Prefeitura de Ribeirão Preto de que em quatro meses essa lei seja revisada. A construção civil confia e está à disposição para colaborar no sentido de que as reformas aconteçam e preservem o melhor para a cidade e o próprio segmento. Nossa expectativa é boa, nos sentidos político, técnico e jurídico, de que o setor continue proporcionando desenvolvimento à cidade e à região de Ribeirão Preto”, ressalta Ferreira.

Imóveis para o segmento popular

É sensível em toda macrorregião de Ribeirão Preto o aumento significativo, nos últimos quatro anos, segundo a Assilcon, de imóveis no segmento popular, para famílias de média e baixa rendas, movimento que foi iniciado em 2009 com a criação, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do programa “Minha Casa, Minha Vida”, e que ganhou novas roupagem e amplitude com o programa “Casa Verde e Amarela”, do presidente Jair Bolsonaro.

O aquecimento do segmento pode ser conferido pelo número de players da construção civil que migraram ou nasceram para este tipo de produto imobiliário. A associação aponta 19 empresas e perto de 15 mil imóveis prontos ou em construção na cidade. São unidades que, além de incentivos dos programas federais, ainda se beneficiaram das quedas nos juros vistas em 2020 e de condições especiais estabelecidas pela CAIXA, o que fomentaram ainda mais o setor.

Para o presidente da entidade de classe, José Ferreira Batista, ainda que não tenha havido atualização ou modernização da legislação vigente, como no caso das leis da Habitação de Interesse Social e a de Uso e Ocupação do Solo, a expectativa da Assilcon e dos empresários do setor é muito boa neste momento. Segundo ele, o atual staff da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública de Ribeirão Preto demonstra estar aberto ao diálogo.

Foto: José Ferreira Batista

“Há uma agenda do setor da construção civil com um grupo especial criado pela secretaria para revisar as leis. É preciso que se tenha uma visão ampla sobre o melhor desenvolvimento para a cidade, observando suas infraestruturas básicas, sem deixar passivos para a sociedade. As revisões das citadas leis não deverão ser feitas sem observar, entre outros aspectos, o disposto no novo Marco Regulatório do Saneamento”, afirma.

Sustentabilidade

Na construção civil, seja na área da Engenharia Civil ou da Arquitetura e Urbanismo, a sustentabilidade pode ser obtida com empreendimentos que considerem a diminuição dos impactos ambientais e do uso de recursos naturais não renováveis. Para isso são necessários sistemas de gestão dos resíduos gerados nos canteiros, reduzindo-os e destinando-os corretamente. Sua reincorporação ao processo produtivo pode ser avaliada, por exemplo, para uso em tijolos ecológicos e na borracha adicionada ao asfalto.

De acordo com o engenheiro Ambiental Elias Lima Neto, a utilização de ferramentas tecnológicas é indispensável nestes processos de gestão, como o BIM, que permite integrar diferentes faces de um projeto minimizando erros de execução, o que evita retrabalho e aumento no custo final da obra.

Com relação a técnicas, o docente indica que é importante lançar mão daquelas que demandem menos recursos naturais, como o Steel Frame, que gasta menos água, e o BubbleDeck, que usa menos concreto que o convencional.

O Steel Frame é um sistema construtivo industrializado formado por estruturas de perfis de aço galvanizado, com isolantes termoacústicos e fechamento feito por placas de cimento, madeira, drywall, etc.

Já o BubbleDeck é um sistema construtivo desenvolvido para o peso das lajes, com esferas de plástico polipropileno inseridas, uniformemente, entre telas de aço, para ocuparem a zona de concreto que não desempenha função estrutural.

“Por último, podemos considerar o processo de certificação ambiental dos empreendimentos, que leva em conta fatores como peças hidráulicas que consomem menos água, painéis solares, reutilização e armazenamento das águas de chuva, eficiência energética, entre outros”, ressalta Neto.

Elias Lima Neto é professor do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Moura Lacerda. Ele ministra as disciplinas Meio Ambiente e Sustentabilidade, Gestão Ambiental, Saneamento 1 e 2, Hidráulica 1 e 2 e Geologia.

Foto: Professor Elias Lima Neto

“A utilização de perfis estruturais metálicos contribui de forma muito impactante. Eles são muito mais leves que os métodos convencionais de concreto e permitem fundações menores, com menos movimentações de terra e obra mais rápida, além de utilizar material 100% e infinitamente reciclável”, afirma Renê Surjus, também professor do Moura Lacerda, nas disciplinas Segurança do Trabalho e Instalações Elétricas Prediais.

Foto: Professor Renê Surjus

O Lean Construction, ou construção enxuta, em tradução livre, é uma filosofia de ação produtiva incorporada à área na década de 1990, aprimorada constantemente, que tem tudo a ver com sustentabilidade.

“No âmbito de seus conceitos, por exemplo, estão a pré-fabricação e o uso do design nos elementos construtivos, realidade que pode reduzir custos, diminuir impactos ambientais e tornar o processo mais acessível, apesar das limitações que ainda existem”, diz o professor José Hermosila, que ministra Administração e Segurança do Trabalho no Curso de Engenharia Civil do Moura Lacerda.

Foto: Professor José Hermosila

Mão de obra qualificada

O setor da construção civil tem reconhecida capacidade de reagir muito rápido em situações necessárias para o desenvolvimento da União e é considerado um segmento especial, porque abriga trabalhadores com pouca e outros com altíssima qualificação, ou seja, mão de obra muito diversificada.

Para o engenheiro civil Fernando Junqueira, da turma de 1979 do Moura Lacerda, a construção civil precisa de mão de obra qualificada, muito competente e bem formada. “Se isso acontecer, o egresso da faculdade não terá dificuldade de conseguir uma colocação. As exigências são cada vez maiores e mais específicas. Só os melhores ficarão nas empresas”, salienta o acionista da Perplan, empresa que viveu, em 2020, seu maior crescimento em duas décadas de existência, fechando o ano com uma venda bruta de R$ 350 milhões. Junqueira também é vice-presidente do Interior Paulista do Sinduscon-SP.

José Batista Ferreira reforça que as empresas, em geral, vêm oferecendo diversas funções para novos profissionais, engenheiros civis e arquitetos, e que ali iniciam suas capacitações prática. “É um setor eclético, que acha solução para corrigir muitos erros de governos e entidades”, completa.

Aulas consistentes

Professor do Curso de Engenharia Civil do Moura Lacerda há 39 anos e meio, Creso de Franco Peixoto conta que se decidiu pela área, em detrimento de dois outros segmentos de muito destaque quando tinha 17, 18 anos, a Medicina e o Direito, porque queria produzir, “colocar a mão na massa”, não apenas usar as máquinas e outros produtos do e para o desenvolvimento da sociedade.

Foto: Professor Creso de Franco Peixoto

O segundo ponto que avaliou foi o mercado de trabalho em si e o salário que poderia ter no início e no progresso da carreira. Para ele, não se pode deixar de lado os sonhos, mas é necessário que se tenha a justa remuneração para seu esforço, qualificação e capacitação.

“E para isso não basta ter um diploma qualquer. É preciso que ele tenha sido conquistado em uma instituição de ensino superior de reconhecida qualidade, que permita inserção no mercado de trabalho e ferramentas para acompanhar a evolução tecnológica da área”, afirma Peixoto.

Dizendo preferir aulas consistentes, densas, com bastante informação e com uma atuação ditada pela liberdade para avaliar os alunos da forma como devem ser, corrigindo as deficiências dos mesmos, Peixoto ressalta que se sente satisfeito por ter passado tantos anos formando engenheiros civis de alta performance.

“Vim para Ribeirão Preto, para o Moura Lacerda, e trouxe meu conhecimento. Aqui percebi estudantes com um alto nível de interesse, que querem realmente aprender e não somente ter um diploma. Creio no ensino que agrega valor e conhecimento para os alunos”, completa.

Um dos engenheiros civis que passaram pelas mãos e provas e trabalhos e notas de Creso Peixoto é Alexandre Luis Marques. Aos 32 anos, o coordenador de Assistência Técnica de Ribeirão Preto e Região Metropolitana da empresa Vitta Residencial Construtora e Incorporadora, lembra com emoção dos tempos da graduação, concluída em 2015, que diz ter sido um “divisor de águas” em sua trajetória profissional.

“Para mim, o Curso de Engenharia Civil do Moura Lacerda está em voo de cruzeiro em Ribeirão Preto e região. Ou seja, é uma referência. O mercado olha e quer os profissionais formados pela instituição, que formou excelentes profissionais. E aqui na Vitta há muitos que passaram por lá, como nosso diretor de Engenharia, José Márcio de Freitas Pereira”, salienta Marques.

Foto: Alexandre Luis Marques

O engenheiro civil diz que não fez estágios porque já atuava na área desde o Curso Técnico em Edificações que fez, o que o levou a trabalhar em uma empresa de gerenciamento de obras para bancos e em outra do segmento econômico do mercado imobiliário, já na assistência técnica de construção civil. Mas insiste que os alunos de Engenharia Civil devem, sim, fazer estágios, o que pode levar a oportunidades de emprego e carreira.

“Eu faria tudo de novo, escolheria o mesmo curso, porque foi um diferencial em minha vida”, finaliza o profissional, que estudou os cinco anos como bolsista do próprio Centro Universitário Moura Lacerda.  

De pai para filho

Márcio Corrêa da Silva tem 63 anos e se formou no Curso de Engenharia Civil do Moura Lacerda em 1982. William Lenza Corrêa da Silva tem 22 anos e também é engenheiro Civil, assim como pai, egresso do Centro Universitário mais antigo de Ribeirão Preto, formado em 2020. O amor pela profissão e a certeza de uma formação referencial passou, com certeza, de pai para filho.

Foto: Márcio Corrêa da Silva

O fundador da Construtora M Corrêa, empresa com 21 anos de existência, fez estágio durante a graduação e, depois de formado, manteve escritório e foi sócio de outra empresa do setor antes da atual. Da faculdade de Engenharia Civil recorda-se do Corpo Docente de alta qualidade, que fez a diferença na sua formação. Teve aula, inclusive, com Thales de Lorena Peixoto Júnior, que hoje dá nome à rodovia entre Guatapará e São Carlos, e com o sobrinho deste, Creso de Franco Peixoto.

“Ter aulas com pessoas competentes e profissionais de sucesso foi fundamental na minha carreira. O fato de ter feito um curso que me deu uma formação sólida, importante para o mercado de trabalho, impactou no meu futuro. Isso me deu base para aplicar na minha profissão. E o estágio foi importante porque foi um meio natural para eu ter experiência. Ele ligou o que eu aprendia na graduação com a prática das obras”, salienta.

Apesar do pai dizer que não influenciou o filho na escolha da profissão, William faz questão de ressaltar que Márcio Corrêa foi um grande exemplo de profissional dedicado “trabalhando de domingo a domingo” e decisivo em sua busca por uma instituição de ensino que o preparasse para o futuro. O que o pai contava sobre os professores e sobre a estrutura do Campus Ribeirão Preto, em meio ao verde e sempre aberto à prática de variados esportes, foi fundamental.

“O Moura Lacerda sempre pensa no aluno e isso foi um diferencial. Nunca nos deixou faltar nada no aprendizado. Os professores são muito bons, engajam os estudantes na Engenharia Civil e auxiliam para que sejamos bons profissionais. E o campus ajuda muito, porque lá tem muito espaço, muita natureza, um gramado amplo, um ambiente muito gostoso”, afirma William Corrêa.

Foto: William Lenza Corrêa da Silva

Ele estagiou na empresa do pai, mas não era o “filhinho do papai”. Tinha até que chamá-lo de “Márcio”, nunca de “pai”, e fazer as mesmas atividades cotidianas que os outros colaboradores, como ajudar a carregar veículos com pisos para serem levados para obras. As dúvidas que surgiram no estágio foram sanadas, em grande parte, pelos próprios professores, por conta da vivência de mercado que todos têm. William insiste que os alunos devem buscar estágios, porque isso os ajudará a chegar longe na carreira.


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