O pai, aos olhos da criança, é um super-herói. E para Miguel Facchini, 5 anos, isso não seria diferente. De forma divertida e descontraída, ele criou o “Homem-Cueca”, herói no qual o pai, Leonardo, se transforma para voar e salvar as pessoas.
Não é à toa que, entre as qualidades que mais admira no filho, o planejador financeiro Leonardo Facchini, 35 anos, destaca a criatividade. “Acho o Miguel muito esperto e inteligente, com uma capacidade de conexão muito alta”, diz. “Hoje, vejo no Miguel algo que as pessoas viam em mim. Sempre tive o estereótipo de pessoa muito ativa e criativa, e enxergo isso no meu filho”, completa.
Mas, ao comparar o pai a um super-herói que já existe, a reposta de Miguel é rápida: “Hulk, porque ele é muito forte”, diz.
E é com essa admiração pelo pai que Miguel o acompanha em seu dia a dia e rotina de trabalho. “Como pai, sou modelo para meu filho. E, na nossa família, acabamos misturando isso de uma maneira muito gostosa”, afirma Leonardo.
Tanto que, em suas palestras e treinamentos, Miguel está sempre presente. “Eu e minha mulher, Marla, planejamos esse estilo de vida para que o Miguel esteja inserido em nosso trabalho”, diz. “As vidas pessoal e profissional se misturam, se relacionam e se completam”, reforça.
Vídeos
Prova disso é que muitos vídeos que Leonardo grava para seu canal do YouTube contam com a participação do filho. “E a maioria deles é inspirado em nosso dia a dia, no cotidiano”, frisa.
E Miguel adora. “Meu pai me ensinou a fazer vídeos. A maioria é gravado no escritório e, para isso, pegamos a câmara e o microfone e combinamos sobre o que vamos falar”, explica o garoto. “Falamos sobre muitas coisas: viver, ganhar dinheiro, planejamento de vida e financeiro…”, lista.
Mas, apesar de participar da rotina profissional do pai, Miguel garante: o que Leonardo faz de mais incrível é ser paizão e brincar com ele. “A gente brinca muito de futebol, esconde-esconde, pega-pega… Mas, a nossa brincadeira preferida é o pique-gelo”, conta.
Cofrinho
Para Leonardo, a chegada do Miguel serviu como estímulo para a família. “Trabalho com planejamento financeiro e as pessoas falam que filho custa caro. Mas, na verdade, acho que ele traz um estímulo para tirar forças e energias de onde não se imagina – afinal, agora, tem um ‘serzinho’ que depende de você”, diz.
Tanto que o planejador financeiro brinca que o filho é seu laboratório quando se trata de finanças. “Os filhos são uma tremenda escola, pois teoria e prática são bem diferentes”, frisa. “Muito do que trago como dicas em vídeo são coisas que testamos e implementamos, como o hábito de poupar dinheiro em um cofrinho com um objetivo, por exemplo”, completa. “É uma porca de dinheiro: vou colocando moeda dentro e quando estiver bem pesada, vamos quebrar para poder ir para a praia”, explica Miguel.
Neste contexto, Leonardo conta que algumas decisões são delegadas ao filho. “Se ele quer fazer alguma coisa, ponderamos o fato de não colocar dinheiro na porca e demorar mais para a viagem acontecer”, comenta. “Tem coisas que ele assimila e outras, não. Mas, aprendemos todos juntos”, reforça.
Porém, de acordo com o pai, o segredo é diminuir as expectativas. “Se puder deixar algo para o Miguel é que ele entenda que pode ter uma vida que vale a pena apesar do dinheiro. Essa é a busca que hoje eu faço e tento inspirar as pessoas”, conclui.
