O Aeroporto Leite Lopes, de Ribeirão Preto, deverá ampliar em quase 30% os voos a partir de dezembro deste ano, após a finalização da primeira fase da obra de expansão do terminal 1, prevista para ser inaugurada no dia 10 de dezembro. A Rede Voa, empresa que assumiu a administração do aeroporto em 2022, informa que o novo terminal vai permitir dobrar a capacidade atual de embarque e desembarque de 200 para 400 passageiros. O local passará a operar com catracas eletrônicas, semelhante ao sistema de Congonhas e Viracopos.
Nesta semana, o presidente da Rede Voa, Marcel Moure, se reuniu com o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) para tratar dos investimentos que serão feitos e apresentar o projeto arquitetônico rumo à internacionalização. No total as obras foram divididas em quatro fases que custarão R$ 18 milhões e serão realizadas nos anos iniciais de concessão. Segundo Moure, ascompanhias aéreas que operam no país já estão estudando a implementação de novas rotas no Aeroporto Leite Lopes. Os voos diretos para outras cidades brasileiras podem começar a partir do segundo semestre de 2023.
“A partir do ano que vem as companhias aéreas já estão trabalhando para tirar esse conceito de aeroporto regional. O que isso significa? Boa parte dos voos que saem do aeroporto hoje –
tirando os voos fretados – eles têm como hub [centro de conexões] Guarulhos e Congonhas para entrar na malha das companhias. E as próprias companhias aéreas já entendem que a partir de 2023, vamos trabalhar com voos saindo de Ribeirão Preto para todo o Brasil. Ele deixará de ser um aeroporto regional para ser um aeroporto comercial doméstico nacional”, afirma Moure.
No início de 2023, a Rede Voa planeja executar a fase 2 que compreende a interligação da praça que fica em frente ao aeroporto, ao terminal de passageiros. Segundo Moure, o projeto prevê a instalação de um espaço de convivência com lojas, restaurantes, de modo a atender a todo público, não só quem esteja em viagem. Quando o terminal 1 estiver em pleno funcionamento, a previsão é de que o Leite Lopes chegue ao total de 1 milhão de passageiros/ano, o dobro do que é registrado atualmente.
‘O aeroporto já é hoje o quarto em movimento do estado de São Paulo, logicamente atrás de Guarulhos, Congonhas e Viracopos, mas é o maior movimento regional do Brasil. Com essa incrementação do terminal 1, com mais otimização do espaço de boulevard [integração praça e terminal] que está sendo trabalhado, nós acreditamos que vai ultrapassar 1 milhão de passageiros/ano e logo logo até o final do quarto ano de gestão nossa, acreditamos que podemos atingir valores próximos do aeroporto de Florianópolis que é de 2 milhões de passageiros/ano”, explica.
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Internacionalização
A Rede Voa já protocolou o pedido de internacionalização do Leite Lopes na Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC). As fases 3 e 4 de investimentos, serão para adequação do terminal 1 de passageiros ao padrão internacional e construção de um segundo com 3.400 metros quadrados, totalizando 7 mil m², com os atuais 3.600 m². Moure lembra ainda que a construção é modular, o que permite novas expansões futuras, a exemplo do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
” A internacionalização não apenas para carga, mas também passageiros, permitirá que o aeroporto Leite Lopes possa ter voos internacionais para América Central, Caribe e toda América do Sul, com aeronave do porte do A321, Boeing 737 Max e aviões similares. Hoje o aeroporto comporta até mesmo um 757, que recebemos recentemente por conta do show do Guns N’Roses. Todo o projeto deverá estar pronto, um compromisso meu com o prefeito [Duarte Nogueira] até o segundo semestre de 2024, e acreditamos que essa internacionalização, se tudo correr bem, deverá estar concretizada até 2025″, disse.
Concedido à iniciativa privada, por meio de leilão no ano passado, o aeroporto Leite Lopes passou a ser administrado pela Rede Voa em abril deste ano. A concessão foi oficialmente decretada em 28 de setembro, após publicação no Diário Oficial do Estado. O contrato assinado em fevereiro com o Governo de São Paulo é válido por 30 anos, ou seja, seguirá em vigor até o fim de setembro de 2052. A concessão prevê investimentos na ordem de R$ R$ 130 milhões ao longo de três décadas.
