A Polícia Federal (PF) tenta localizar o doleiro Mohamad Kassem Najm, morador de um condomínio de luxo em Ribeirão Preto, apontado como líder de uma organização criminosa que teria movimentado mais de R$ 22 bilhões de forma ilegal em sete anos. O grupo é acusado de lavar dinheiro e sonegar impostos.
Mohamad é um dos alvos da Operação Octopus, deflagrada no dia 6 de setembro, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF). A força-tarefa prendeu 36 pessoas, entre elas irmãos e cunhados do doleiro na cidade. Carros de luxo, dinheiro vivo e joias foram apreendidos. A Justiça também bloqueou US$ 250 mil [R$ 1,3 milhão] em criptomoedas.
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Modo de atuação
A EPTV teve acesso com exclusividade ao processo que conta com mais de 7 mil páginas. A reportagem detalhou como o grupo agia sob liderança de Mohamad. Segundo a investigação do MPF, Mohamad comandava o núcleo central do esquema, que contava com os núcleos bancário, de empresários e empresas de fachada em nome próprio, de parentes e de amigos.
Uma das empresas envolvidas atuaria no ramo moveleiro e lavava dinheiro por meio de remessas ao exterior, simulando o pagamento de importações. Mesmo com grande movimentação de valores, as “empresas pagavam quantia irrelevante de tributos, evidenciando a prática da sonegação”, explica a força-tarefa.
Segundo a investigação, a lavagem de dinheiro se dava a partir do envio de recursos para o exterior, via pagamentos de importações de terceiros, negociações de dólar no mercado paralelo, criptomoedas ou fisicamente, cooptando “laranjas” em regiões de fronteira com valores escondidos em carros. Entre os destinos mais comuns estavam o Paraguai e o Uruguai.
Prisão de familiares
No dia da operação foram presos em Ribeirão Preto a irmã de Mohamad, Myca Najm Junqueira Franco, o marido dela, Luiz Felipe Junqueira Franco, o irmão do doleiro, Melik Najm, e esposa dele, Danielle Gerolin Najm. Os quatro também são suspeitos de integrarem a organização criminosa.
Segundo o MPF, Melik e Danielle movimentaram, entre setembro de 2017 e dezembro de 2021, mais de R$ 264 milhões em operações suspeitas envolvendo 308 pessoas físicas e jurídicas. Danielle e Myca estão em prisão domiciliar porque têm dois filhos menores de idade.
Outro lado
À reportagem da EPTV, o advogado Júlio Mossim, que defende Danielle e Melik, disse que não teve acesso ao inquérito e só vai se manifestar depois de ter as informações. Já o advogado Antônio Labaki Neto, que defende Myca e Luiz Felipe, não vai comentar o caso. (Com EPTV)