Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto identificaram uma substância que causa tontura nas amostras coletadas em Pontal. O município, localizado a aproximadamente 40 quilômetros de Ribeirão, registrou a morte de uma mulher e dezenas de atendimentos hospitalares, depois que os moradores relataram a inalação de uma substância misteriosa, na noite de 4 de outubro passado.
Segundo o laudo do Laboratório de Análises Toxicológicas, do Departamento de Química da USP, as análises determinaram a substância Heptano (Hidrocarboneto) no material adsorvido do ar coletado na cidade. O documento, contudo, não aponta a possibilidade de óbito de uma vítima após a inalação dessa substância. As análises foram realizadas entre os dias 17 e 25 de outubro.
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“Embora exista como líquido à temperatura ambiente, a maioria dos efeitos adversos observados em pessoas ou animais expostos a este solvente (Heptano) ocorrem por inalação. As vias de exposição ocupacional mais comuns, em ordem decrescente de importância, são a inalação, contato dérmico e ingestão. O Heptano é neurotóxico e seus sintomas de exposição aguda incluem percepção distorcida e alucinações leves, tonturas, vertigem e incoordenação, irritação da membrana mucosa, náuseas e cansaço”, apontou o laudo.
Em relação às amostras das vísceras das galinhas encontradas sem vida na cidade logo após o ocorrido, a USP concluiu que não foi detectada nenhuma substância que causou a morte das aves ou algum caso de intoxicação grave.
O laudo da USP está assinado pelo Professor Doutor Bruno Spinosa De Martinis, Doutora Nayna Cândida Gomes e o Mestre Bruno Ruiz Brandão da Costa.
Cetesb
A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) já havia emitido um parecer técnico após vistorias realizadas na região onde ocorreu o vazamento de substância tóxica, em Pontal.
O documento, porém, revelou que não foi identificada a substância envolvida nem a fonte da emissão.