O corpo de Alessandra Alves da Silva, de 39 anos, que morreu após inalar um gás tóxico em Pontal, a cerca de 40 quilômetros de Ribeirão Preto, será velado a partir da noite de hoje, informou a família. O enterro está marcado para a manhã desta quinta-feira (6), no Cemitério Municipal de Pontal.
Segundo o boletim de ocorrência (BO), Alessandra chegou a ser socorrida depois da exposição ao gás, mas não resistiu. Um laudo necroscópico ainda deve apontar a causa da morte. No total foram registradas 63 vítimas na cidade. Duas pessoas precisaram ser entubadas e transferidas a hospitais de Ribeirão e Sertãozinho.
Em entrevista à rádio CBN Ribeirão, o vice-prefeito e interventor da Santa Casa de Pontal, João Henrique Dias Pedro disse que todos os pacientes que estavam na Santa Casa já receberam alta, mas ainda existem outros em hospitais da região. ‘Estamos ainda com um internado no HC de Ribeirão, e já está fora do exigênio e está em observação também. Temos um na Santa Casa de Sertãozinho, e tem um entubado, uma senhora, no Santa Lucas de Ribeirão”, disse.
Dias Pedro relembrou a cena de caos, vivenciada por toda a equipe da Santa Casa de Pontal.
“Ontem foi um caos. Quando tomamos par da situação foi acionado todo corpo clínico médicos que não estavam trabalhando, a equipe de enfermagem, técnica. Tivemos média de 16 médicos e 30 enfermeiros e técnicos de enfermagem para dar suporte a toda população. Eu nunca presenciei um negocio desse. Parecia um hospital de guerra”, disse.
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O caso
O problema teve origem no bairro Campos Elíseos, mas ainda não foi identificado qual o local exato e o produto que vazou. A suspeita inicial era de amônia. Conforme o BO, a PM (Polícia Militar) informou que nas proximidades há empresas que utilizam produtos químicos.
Porém, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) ainda não identificou o local e o produto. A suspeita é de vazamento clandestino de produto químico, segundo o órgão.O BO foi registrado no Plantão da Delegacia Seccional de Sertãozinho como uso de gás tóxico ou asfixiante e homicídio culposo (sem intenção).
O diretor de saneamento de Pontal Lucas Ravagnani Mari, disse em entrevista à Rádio CBN Ribeirão que o produto pode ter vazado de um caminhão. “Estourou alguma válvula que há relatos de munícipes do ocorrido disso. Eles [Polícia] vão buscar em câmeras, em sistema de monitoramento para ver se encontra alguma coisa neste sentido”, pontua.