A Polícia Civil concluiu na última sexta-feira (7) o inquérito contra os três jogadores do Botafogo de Ribeirão Preto acusados de violência sexual contra uma mulher em um hotel no Rio de Janeiro. O caso ocorreu no dia 26 de setembro.
Os acusados irão responder por crimes diferentes: Eduardo Hatamoto foi indiciado por estupro; João Diogo Jennings por injúria e importunação sexual, e Lucas Delgado irá responder por dissimulação – posse sexual mediante fraude.
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O que se sabe
O caso ocorreu em um hotel no Santo Cristo, zona Portuária do Rio de Janeiro, na madrugada de 26 de setembro, após o Botafogo vencer o Volta Redonda.
Segundo o boletim de ocorrência (BO), a vítima conheceu o jogador Alexis Lucas Delgado em uma boate na Barra da Tijuca e teriam combinado de irem juntos para o hotel. A mulher, de 27 anos, teria pedido ao atleta para usar camisinha, mas ele não usou.
Ainda conforme as investigações, os outros dois jogadores, Eduardo e João, teriam entrado no quarto em que a vítima estava com Delgado e tentado forçar uma relação com ela. Com a recusa, a vítima relatou que foi ofendida por João Diogo e agredida por Hatamoto com uma mordida no seio.
Inquérito
O argentino Alexis Lucas Delgado ainda não prestou depoimento, mas irá responder por dissimulação que é posse sexual mediante fraude – quando ocorre a ocultação da intenção criminosa visando enganar a vítima. Delgado teve o contrato rescindido pelo Botafogo e voltou para a Argentina.
“Quando o homem realiza um ato sexual sem o preservativo, e a mulher assim não o deseja, ou seja, ela foi enganada, ela queria, sim, o ato sexual, mas não queria sem o preservativo. Foi um ato sexual, segundo ela relata, muito rápido. Por isso, quando ela percebeu que ele estava sem camisinha, ela já até tinha terminado o ato sexual”, explicou o delegado Vinícius Domingos, conforme divulgado pela TV Globo.
João Diogo e Eduardo Hatamoto foram ouvidos no 4° DP do Rio (Praça da República) ao longo da semana e negaram as acusações. No entanto, um áudio entre Diogo e um amigo da vítima comprovariam as acusações.
“Mano, eu falei com ela alguma coisa, xinguei ela e, depois, mano, eu me deitei na minha cama, mano. Eu xinguei ela? Sim! Mas isso não é um estupro”, diz o áudio.
Segundo o delegado, Hatamoto responde por estupro.
“O crime de estupro não abarca somente a conjunção carnal, que é o sexo como é amplamente conhecido, ele engloba todos os tipos de atos libidinosos. Ele (Eduardo) ainda progrediu para uma lesão, uma violência no momento em que ela estava se esquivando, o que prova que foi um ato de constrangimento, ele conteve ali a vítima para que ela não resistisse, para que ele conseguisse praticar esse ato libidinoso”, disse o delegado.
O Botafogo disse que ainda não foi informado sobre a conclusão das investigações.