A primeira edição do “Selo Carolina Maria de Jesus” será realizada no mês de novembro, informou a vereadora Raquel Auxiliadora (PT) em nota. A honraria incentiva ações de inclusão do tema história e cultura afro-brasileira no currículo escolar e será concedido a uma escola e educador que se destacarem por ações de implantação da temática na rede municipal.
A lei prevê a entrega da outorga anual em 20 de novembro, data em que é comemorado o Dia da Consciência Negra. A realização cabe à Câmara Municipal, através da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos, Relações do Trabalho, Segurança Pública e Defesa Social.
A escolha da escola e do profissional da educação que receberão o selo será feita por comissão formada por vereadores, representantes dos setores da educação, das universidades em atividade no município, do Poder Executivo e representantes dos conselhos municipais da Comunidade Negra e de Educação de São Carlos.
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Lei federal de 2003 obriga os estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares o ensino sobre história e cultura afro-brasileira. O conteúdo inclui o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política, pertinentes à História do Brasil.
A vereadora destacou a importância de incentivar as instituições de ensino e seus profissionais de educação a se empenharem para colocar em prática ações que representem avanço no que diz respeito a essa legislação.
“No âmbito educacional os negros tardam a ter sua história reconhecida. Portanto, a implantação do Selo Carolina Maria de Jesus representa um importante marco para a mudança de atitude e de visão quanto ao futuro de nossa sociedade em relação a esse grupo étnico-racial”, afirmou.
Segundo a parlamentar, a aprovação do decreto legislativo em novembro do ano passado “foi fruto de intenso diálogo com o Conselho Municipal da Comunidade Negra de São Carlos”.
Carolina Maria de Jesus, que dá nome à premiação, foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil, autora do livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, publicado em 1960. A autora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na Zona Norte de São Paulo, sustentando a si mesma e seus três filhos como catadora de papéis.
Em 1958, tem seu diário publicado sob o nome Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, com auxílio do jornalista Audálio Dantas. O livro fez um enorme sucesso e chegou a ser traduzido para catorze línguas. Carolina de Jesus era também compositora, cantora e poetisa. Sua obra e vida permanecem objetos de diversos estudos, tanto no Brasil quanto no exterior.
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