A criança, de 3 anos, que foi encontrada desnutrida e desidratada, na última sexta-feira (2), no Jardim Portugal, em Rio Claro, não comia há 40 dias, segundo a Guarda Civil Municipal. O pai da menina foi preso por maus-tratos.
“Falou que ele tinha parado de se alimentar, não ia alimentar mais a criança. Segundo ele, há 40 dias não tinha nenhum tipo de alimentação na casa”, relatou o guarda municipal Igor Rafael.
A criança estava sob os cuidados do pai desde a morte da mãe dois meses após o seu nascimento. A avó materna relatou que desde abril o pai não permitia que visse a neta.
VEJA TAMBÉM
Mulher se fere em colisão de carro com caminhão em rodovia de São Carlos
Homem desacata guarda, o chama de “Branca de Neve” e é detido em Ibaté
Diante do caso, o Ministério Público entrou com uma ação e a Justiça expediu um mandado para a visita. Na quinta-feira (1º), os oficiais de Justiça foram até a casa, mas foram impedidos de entrar. No dia seguinte, ao retornarem ao local com a GCM encontraram a criança.
A garota estava em um colchão no chão da sala e vestia uma fralda suja. Ela apresentava sinais de desidratação e desnutrição, pesando 8 quilos. O local também estava em situação precária, sujo e não havia alimentos.
A situação era insalubre, complicada. A situação era a pior possível. [A criança] não se mexia, não tinha reação devido ao estado avançado de desnutrição”, disse o agente. “Em 15 anos de rua, eu nunca tinha participado de uma ocorrência desse tipo. Vários incidentes com crianças, mas nunca nessa situação”, completou.
O pai dela, que não teve a identidade divulgada, também estava desnutrido e foi preso por maus-tratos. Segundo a GCM, o homem alegou que queria que ambos morressem juntos.
A menina foi levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento do Cervezão) e depois transferida para o Pronto-Socorro Nossa Senhora de Lourdes.
A unidade informou à EPTV que a menina chegou com negligência alimentar e desidratada, mas passa bem. Ela está sob cuidados de médico, psicólogo, fonoaudiólogo e nutricionista.
O caso será investigado pela Polícia Civil de Rio Claro. A avó materna informou que tenta na Justiça a guarda da neta.
