São Carlos vai ganhar uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), decidiu reunião do conselho de administração da estatal realizada na segunda-feira (19). Foram aprovados R$ 45 milhões para a implantação da unidade em São Carlos e outros nove centros localizados em São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba.
Com a presença em São Carlos, a Embrapii ITECHAgro deve alavancar tecnologias e empresas de setores prioritários do agronegócio, gerando benefícios econômicos e sociais de forma sustentável. A unidade terá como sede a Embrapa Instrumentação.
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Seis anos de parcerias
O credenciamento terá duração de seis anos, com um período probatório de 12 meses, ao final do qual a nova Embrapii será reavaliada para verificar o cumprimento do plano de ação apresentado para esse período, com metas definidas.
Criada em 2013, a empresa atua num modelo de cofinanciamento, inspirado em organizações internacionais, como o Instituto Fraunhofer, da Alemanha. No caso da instituição brasileira, 1/3 dos recursos vem de parceria com os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovaçao e da Educação; outro terço da Embrapii e um último da empresa parceira.
Tecnologias habilitadoras
A Embrapii Integração de Tecnologias Habilitadoras no Agronegócio (ITECHAgro) vai atuar em fronteiras de desenvolvimento de materiais e insumos nanotecnológicos e biotecnológicos para o agro, de sensores e equipamentos fotônicos para agricultura de precisão e digital, além de tecnologias para controle de qualidade de produtos e automação integrados com inteligência artificial aplicados à agroindústria.
O chefe geral da Embrapa Instrumentação, José Manoel Marconcini, lembra que a unidade de São Carlos já atua em 7 das 10 tecnologias que habilitam a criação de uma filial da Embrapii.
“Agora, com a experiência da equipe da Embrapa Instrumentação aliada à Uunidade Embrapii ITECHAgro, poderemos aumentar a nossa atuação e fomentar spin-offs e startups, trabalhar com as chamadas deep techs (empresas que se aprofundam num tema), baseadas na aplicação e integração dessas tecnologias habilitadoras, para tornar o agronegócio mais competitivo internacionalmente e atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS)”, argumenta.
A chefe adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa instrumentação, Débora Milori, explica que dentre os resultados esperados estão a viabilização de novas tecnologias para o agronegócio que levem à utilização mais racional dos recursos naturais como solo e água, e insumos, elevando os índices de produtividade de forma sustentável, com redução de custos de produção.
“Queremos também gerar novas empresas industriais que atuem com tecnologias inovadoras no agronegócio; atrair grandes empresas para temas conectados a inovação no agro; contribuir na formação de recursos humanos diferenciados para atuar nessa área altamente multidisciplinar e fomentar a criação de startups para o agro, gerando impactos econômicos e sociais nos centros urbanos”, acrescenta a coordenadora da proposta.
“Buscaremos ainda aumentar a qualidade de produtos agroindustriais, disponibilizar novos materiais para aumento de qualidade e redução do desperdício, e sistemas para melhorar a rastreabilidade para gerara selos de qualidade para os produtos brasileiros, agregando valor e abrindo novos mercados internacionais”, finaliza Débora.