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CotidianoFechamento da passagem da Gen. Osório sobre a ferrovia gera reclamações

Fechamento da passagem da Gen. Osório sobre a ferrovia gera reclamações

Passagem em nível terá mudanças depois de inaugurada a duplicação do viaduto 4 de Novembro; empresários temem ser afetados

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Passagem em nível é tema de reclamação. Foto: Bruno Moraes / ACidade ON São Carlos

Comerciantes da rua General Osório, entre o Centro e a Vila Prado, reclamam de falta de transparência sobre o futuro da passagem em nível sobre a ferrovia. O local é ponto de passagem de pedestres e veículos e fregueses entre os dois bairros e a região Sul da cidade.

Segundo a Rumo, a passagem da General Osório deve ser fechada após a duplicação do viaduto que passa ao lado da antiga Estação Ferroviária. Questionada, a empresa não informou sobre custos, cronograma e ações de desapropriação.

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O mistério que envolve o formato do novo viaduto deixa comerciantes preocupados. O primeiro ponto questionado é quais imóveis serão desapropriados para a construção. No entorno da ferrovia há loja, garagem de ônibus, posto do Poupatempo e centro de distribuição dos Correios. No meio do caminho, uma torre de telefonia móvel. Plano divulgado pela empresa em meados de junho mostra que a saída do viaduto será instalada na rua Roberto Simonsen.

Por outro lado, o fechamento da rua General Osório deve ocorrer somente após o fim das obras, mas já preocupa os empresários. Entre a Visconde de Inhaúma e a João Ribeiro de Barros há revenda de veículos, empório, loja de utilidades domésticas, academia e loja de componentes elétricos. Entre os ouvidos pelo ACidade ON, a reclamação é a possível redução no movimento.

Uma empresária ouvida mantém um estacionamento no local. Clientes de outras lojas usam das vagas garantindo a renda há pelo menos sete anos. O temor pelo futuro do negócio predomina, ainda mais após a pandemia.

Fernando Furlan está na esquina da ferrovia há sete meses. Seu negócio depende muito da passagem de pedestres pelo local. “Escolhi o ponto por causa do movimento, da passagem do pessoal. O acesso chama muito a atenção. Se ocorrer o fechamento (da rua) vai dificultar o atendimento e o acesso à loja. Vai quebrar bastante o fluxo, creio que sim”, opina.

Entre os mais antigos, há a lembrança de que a General Osório já fora fechada no passado, até os anos 1990. No final daquela década, um portão interrompia o fluxo durante a passagem do trem. Depois veio a sinalização eletrônica atual.

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Um dos comerciantes ouvidos, que pediu para não ser identificado, demonstra incrédulo com o fechamento da via. Mas se fechar, garante que vai para outro lugar. 
 

Viaduto na época de sua construção. Foto: Arquivo Pessoal / Caetano Bruno Neto

A dois quarteirões da ferrovia, Caetano Bruno Neto, proprietário de loja de componentes elétricos, vivenciou de perto as transformações no local nos últimos 60 anos. Logo bebê mudou-se com a família para casa à beira da via férrea. Ele se lembra de um tempo em que Viaduto 4 de Novembro era sinônimo de progresso na cidade, não de temor.

“São Carlos precisava de um viaduto para mostrar pujança na época do Massei (Antônio Massei, prefeito em três gestões). Naquele tempo cobravam que a cidade não tinha viaduto, daí construíram”, conta.

Para ele, o todo o comércio da região vai ser prejudicado com as mudanças. Ele ressaltou que os empresários não foram ouvidos pela concessionária ou Prefeitura sobre as intervenções na Vila Prado.

“Nunca fomos ouvidos. Nem quando eu estava com a loja ao lado na época da Ferro Norte, nada. Isso vem lá de cima”, critica.

Questionada, a Prefeitura afirmou que “todos os projetos foram apresentados ao município. Inclusive com inquérito cível no Ministério Público e aprovadas pela Justiça Federal”.   

A Rumo disse em comunicado que “a construção do viaduto da Estação Ferroviária (Roberto Simonsen) está atrelada ao fechamento da passagem em nível da rua General Osório, e faz parte das obras previstas no caderno de obrigações da renovação da Malha Paulista”. A intervenção, de acordo com a companhia, visa reduzir os conflitos urbanos no município e prioriza a segurança de motoristas e pedestres. 
 
“A Rumo desenvolveu uma série de estudos técnicos para o processo da renovação antecipada da concessão da Malha Paulista, que teve início em 2015. Foram realizadas consultas públicas e audiências acompanhadas pelo Ministério Público Federal e Tribunal de Contas da União.”
 

 

Moradores afirmam não ter sido ouvidos antes de obra. Foto: Bruno Moraes / ACidade ON São Carlos

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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