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CotidianoPesquisadores da UFSCar se envolvem em projetos de recuperação pós-Covid

Pesquisadores da UFSCar se envolvem em projetos de recuperação pós-Covid

Quatro projetos de pesquisa da UFSCar foram aprovados em chamadas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); confira

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Ministério determinou volta às aulas em instituições de ensino federais; UFSCar está entre as universidades. Foto: Divulgação / UFSCar
UFSCar. Foto: Divulgação / UFSCar

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Quatro projetos de pesquisa da UFSCar foram aprovados em chamadas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) voltadas a propostas relacionadas ao cenário pós-Covid-19.

Com o tema “Recuperação, renovação e resiliência no mundo pós-pandemia”, a chamada Trans-Atlantic Platform apoia iniciativas em Ciências Humanas e Sociais que fortaleçam práticas e políticas sociais a partir da compreensão e da mitigação dos efeitos da pandemia.

Da UFSCar, foi contemplado, na área de Sociologia, o projeto “Cidadania dos povos da floresta como forma de resiliência aos desastres: aprendizados da Covid-19”. Tem, como pesquisador responsável, Luke Parry, da Lancaster University, do Reino Unido; e, como pesquisadores principais, Peter Newton, da University of Colorado Boulder, dos Estados Unidos, e Rodrigo Constante Martins, docente no Departamento de Sociologia (DS) da UFSCar.

Segundo Martins, nos estados amazônicos, estima-se que as taxas de mortalidade por Covid-19 em 2020 foram até 44% superiores às registradas nos estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil.

“Apesar de os povos tradicionais da Amazônia serem vulneráveis aos danos da pandemia e medidas de controle relacionadas – devido a marginalização, pobreza e informalidade, acesso limitado a cuidados de saúde de qualidade e iniquidades de saúde existentes -, eles também revelam, em sua história, a resiliência ante o abandono do poder público e a ofensiva de grupos econômicos interessados na exploração dos recursos da floresta”, registra.

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Nesse sentido, o projeto visa compreender como os povos da floresta produzem atos de cidadania (que envolvem processos políticos para exigir reconhecimento e reivindicar direitos constitucionais) ante à realidade pandêmica. “Lançar luz ao tema implica em observar novos modos de produção da política e ressignificar noções como autoridade, governo, cidadania e sociedade”, sintetiza o pesquisador.

Já a chamada UN-Research Roadmap financia projetos em diversas áreas relevantes para gestão e mitigação de impactos da pandemia. Pretende, assim, organizar núcleos de conhecimento para facilitar trocas de experiências e induzir síntese de conhecimentos e propostas de políticas públicas.

Da UFSCar, foram três os projetos contemplados. Um deles, de Ciências Agrárias – “Resiliência frente à Covid-19: adaptações para o fortalecimento da agricultura familiar na fronteira agrícola amazônica” -, dialoga com a temática do anterior e tem, como docente responsável, Renata Evangelista de Oliveira, do Departamento de Desenvolvimento Rural (DDR-Ar) do Campus Araras.

A iniciativa propõe uma estratégia de avaliação dos impactos da pandemia em áreas rurais, principalmente sobre a agricultura familiar, bem como da capacidade de recuperação e reinvenção deste setor.

“A área escolhida para o projeto – o território Portal da Amazônia, no Mato Grosso – é um laboratório interessante, pois vivenciou diferentes ciclos econômicos até o estabelecimento da pecuária como base fundamental da economia regional, com altos índices de desmatamento. São pautas atuais, em cenário dinâmico e repleto de incertezas. Por isso, novas formas de se pensar a produção agrícola se mostram necessárias”, avalia a docente.

E complementa: “Nós, pesquisadores e pesquisadoras, precisamos ‘sair da caixinha’ e trabalhar junto à sociedade (e não somente para ela) se realmente quisermos gerar resultados mais alinhados com a realidade e propor políticas públicas eficientes”.

Outro projeto contemplado, em Educação, foi o “Ensino Remoto na era da Computação Ubíqua: análise comparativa dos processos formativos de alunos universitários brasileiros e alemães em tempos de Covid-19”, coordenado por Antônio Alvaro Soares Zuin, com colaboração de Luiz Roberto Gomes, ambos docentes no Departamento de Educação (DEd). Ouça episódio sobre a temática no podcast “Ciência UFSCar”.

O estudo pretende realizar uma análise comparativa entre estudantes do Brasil e da Alemanha em três frentes: relações professores-alunos mediadas por tecnologias digitais; sofrimento psíquico acentuado durante a pandemia; e cidadania digital, que envolve o uso responsável de tecnologia em ambientes virtuais.

“O intuito é produzir dados para um diagnóstico que possibilite a formulação de políticas públicas de inclusão digital e garantias de acesso igualitário à educação de melhor qualidade”, sintetiza Zuin.

Por fim, foi aprovado projeto na área da Saúde – “Desenvolvimento participativo do APP Mental: uma intervenção digital baseada em evidências e centrada no sujeito, voltada para o autocuidado e suporte em saúde mental dos profissionais de saúde da atenção primária do SUS” -, de Jair Borges Barbosa Neto, docente no Departamento de Medicina (DMed).

Para Martins, que também é Pró-Reitor de Pós-Graduação da UFSCar, a aprovação dos projetos corrobora a excelência em pesquisa da UFSCar e é importante sobretudo pela oportunidade de consolidação de novas parcerias entre universidades brasileiras e, também, com instituições do exterior.

No dia 5 de abril, os docentes com as propostas contempladas participam do “Na Pauta”, a partir das 14h15. O programa pode ser assistido nos canais UFSCar Oficial no Facebook e no YouTube.

As listas com todos os projetos selecionados nas chamadas podem ser conferidas no site da Fapesp, nos links: Trans-Atlantic Platform e UN-Research Roadmap.

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