A Universidade de São Paulo (USP), do campus de São Carlos, desenvolveu o projeto “Vem Saber”, o qual leva jovens autodeclarados pretos ou pardos de escolas públicas da cidade para dentro de salas de aula da universidade em atividades voltadas à área das ciências exatas.
A iniciativa selecionou 82 estudantes negros das escolas estaduais Conde do Pinhal e João Batista Gasparin para que eles participem de atividades teóricas e práticas no campus da universidade uma vez por semana.
O objetivo do programa é aproximar os jovens da universidade e da ciência, de modo a proporcionar atividades capazes de estimular o desenvolvimento de habilidades para que, no futuro, os jovens possam ingressar em universidades públicas do país, assim buscando diminuir a discrepância de oportunidades entre pessoas brancas e pretas.
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“Hoje em dia muitas pessoas brancas têm oportunidades que negras não têm. Acho que abre bastante oportunidades nas escolas e universidades que futuramente as pessoas negras podem entrar”, afirmou o estudante Eduardo Henrique Alves.
Atualmente, a USP contabiliza 17,7 mil alunos entre os cursos de graduação e pós-graduação de todos os campi da universidade. Deste total, apenas 20% dos estudantes se autodeclaram pretos ou pardos.
Já em relação aos professores, a discrepância é ainda maior. Isso porque, dos mais de 5 mil docentes da universidade, somente 121 são pretos ou pardos, o que representa 2,35% do total.
O professor que ministra disciplinas de física e matemática no campus de São Carlos, Sérgio Paulo Marcondes, conta que enfrentou diversas dificuldades até conseguir concluir o doutorado, mas incentivou os alunos a seguirem na caminhada.
“Eu diria que, assim como vocês, eu saí de uma escola estadual e cheguei ao doutorado. Tendo persistência, vontade, objetivo e foco, vocês chegarão além”, afirmou.
Assim, a partir do programa, jovens negros que estejam cursando o ensino médio têm a oportunidade de conhecer uma das melhores universidades da América Latina e de ter aulas com os professores da instituição para descobrir talentos, habilidades e vocações profissionais e poder ocupar um espaço que é diverso e é para todos.
“Eu acho que é uma chance de a gente conseguir ter um lugar de fala, um lugar na universidade”, disse a estudante Vanessa Maria Gradin.
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