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CotidianoTecnologia da USP São Carlos reduz tempo de reparo em redes de energia

Tecnologia da USP São Carlos reduz tempo de reparo em redes de energia

O sistema usa benefícios da Inteligência artificial para otimizar os serviços de manutenção da rede afetada, auxiliando os operadores em uma tomada de decisão mais rápida e eficiente

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Pesquisa da USP melhora o tempo de reparo em sistemas elétricos. (Foto: Pixabay)
Pesquisa da USP melhora o tempo de reparo em sistemas elétricos. (Foto: Pixabay)

Tecnologia desenvolvida na Escola de Engenharia da USP em São Carlos (EESC/USP) é capaz de reduzir em até 20% o tempo para a execução de reparos em caso de queda do fornecimento de energia.

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O sistema usa benefícios da Inteligência artificial para otimizar os serviços de manutenção da rede afetada, auxiliando os operadores em uma tomada de decisão mais rápida e eficiente. Parte da solução já é empregada pela Companhia Paranaense de Energia (Copel).

O trabalho foi registrado em uma conferência internacional. Segundo os pesquisadores, com o desenvolvimento de alguns algoritmos houve a formatação de um programa que leva em consideração diferentes informações para determinar qual a forma mais eficiente de resolver o problema. Foram necessários cinco anos para a finalização do projeto.

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São levados em conta condições meteorológicas, posição de origem das equipes de manutenção, estado e nível de congestionamento das estradas, identificando possíveis obstruções, além de histórico de reparos e problemas ocorridos anteriormente.

“Muitas vezes, o profissional precisa tomar uma decisão rápida, mas com tantas variáveis, ele não consegue interpretá-las no tempo necessário e acaba seguindo uma estratégia padrão, que pode não ser a mais eficaz para resolver o problema”, afirma Henrique de Oliveira Caetano, um dos autores do estudo “Por isso é importante termos diferentes fontes de informação para agilizar o conserto e até prever uma possível falha para que, caso ela realmente aconteça, a energia retorne o mais rápido possível. Nosso sistema será o braço direito do operador”, completa.

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De olho no histórico

Falhas no sistema de distribuição de energia elétrica podem ocorrer por diversos motivos, entre eles, fatores operacionais, falhas de equipamentos ou então serem provocadas por problemas externos, como ataques cibernéticos e eventos atmosféricos extremos. Conhecer o histórico dessas ocorrências pode ajudar a agilizar os reparos feitos pelas equipes técnicas.  

“Nossos algoritmos analisam informações relacionadas à falhas e acidentes ocorridos anteriormente em determinada região a fim de propor a melhor solução para a ocorrência que está sendo atendida e para outras que poderão ocorrer no futuro”, explica Matheus Fogliatto, doutorando em Engenharia Elétrica da EESC e um dos autores da pesquisa.

Quanto às rotas traçadas pelo novo software para guiar as equipes de manutenção até os locais onde os problemas ocorreram, os algoritmos foram customizados com o objetivo de deixar as pessoas o menor tempo possível sem energia. Por isso, os códigos definem o melhor trajeto com base nos reparos necessários para a solução das falhas, diferenciando-se dos aplicativos convencionais de GPS.

“Basicamente, os apps de mapas utilizados hoje em dia traçam rotas considerando apenas dois pontos. No entanto, no caso do conserto de uma rede elétrica o cenário é diferente porque, muitas vezes, as inspeções precisam ser feitas em mais de um ponto da rede, em diferentes localidades”, explica Luiz Desuó Neto, doutorando em Engenharia Elétrica da EESC e também autor do artigo.

Testes
Para validar a tecnologia, os cientistas realizaram diversos testes com programas de computador que simulam diferentes cenários da realidade de um sistema de distribuição de energia, as possíveis falhas que podem ocorrer, variáveis atmosféricas, histórico, além do prazo estimado para reparo de cada problema, buscando sempre reduzir os prejuízos tanto de quem fica sem energia como os da concessionária.

Considerando o tempo padrão necessário para conserto de problemas corriqueiros, foi possível diminuir cerca de 20% o tempo sem energia utilizando a tecnologia. Para o professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC, Carlos Maciel, que orienta os doutorandos envolvidos no trabalho, um dos destaques do estudo é a capacidade do software de unir e realizar a fusão de diferentes fontes de informação, proporcionando decisões mais ágeis e precisas por parte dos operadores.

Do ponto de vista do cliente, é menos tempo sem energia, enquanto aos olhos da concessionária, serão multas bem menores a pagar. Os sistemas de distribuição de energia elétrica vão falhar, isso é algo inevitável, por mais que a tecnologia dos equipamentos esteja evoluindo nos últimos anos. Então, nós temos que desenvolver estratégias para melhorar e acelerar a recuperação das redes”, finaliza o docente, que coordena o Laboratório de Processamento de Sinais (LPS) do SEL, onde o estudo foi desenvolvido.
 
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