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CotidianoTecnologias que reduzem custos na engenharia são utilizadas para criar tour virtual de Museu

Tecnologias que reduzem custos na engenharia são utilizadas para criar tour virtual de Museu

Ferramentas utilizadas por ex-aluno da UFSCar para criar passeio virtual em Museu de São Carlos também podem reduzir até 30% o valor de projetos de obras.

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Tecnologias que reduzem custos na engenharia são utilizadas para criar tour virtual de Museu. Foto: Divulgação

 

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O conjunto de tecnologias que compõem a chamada área de “captura da realidade” tem revolucionado o mercado de engenharia em todo o mundo. Com o uso de ferramentas como drones, câmeras 360º e equipamentos que escaneiam ambientes é possível representar cenários do mundo real com imagens em alta definição e disponibilizá-los na nuvem. Mas essas inovações não se restringem apenas ao universo da construção civil, já que elas têm aberto muitas oportunidades de novos negócios na cultura, no entretenimento, na gastronomia e no turismo.  

Em São Carlos, no interior de São Paulo, por exemplo, o Museu da Ciência Professor Mário Tolentino conta agora com a opção de um tour online, no qual os visitantes podem conferir cada detalhe das exposições, peças e experimentos sem precisar se deslocar até a Praça Coronel Salles, no centro da cidade.
Durante a visita virtual, qualquer pessoa pode passear pelo Museu em um ambiente 3D ou 2D e interagir a distância. Basta clicar em tags espalhadas pelo espaço digital para acessar informações complementares, em textos e vídeos, do próprio município, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da USP.  
 
A ferramenta marca ainda as medidas reais do local para o usuário ter dimensão do tamanho do ambiente. “Nós utilizamos um drone para capturar imagens externas do Museu e um equipamento chamado Matterport que gera nuvens de pontos dentro do cenário e grava as imagens internas. São 136 megapixels, com imagem 4K. É possível ler até letras pequenas escritas em cartazes. O nível de detalhes surpreende. Fizemos todo esse trabalho em apenas duas horas e o resultado é fantástico. Agora é possível visitar o Museu de casa ou mesmo fazer um tour virtual com as crianças nas escolas”, ressalta o engenheiro André Canoas, ex-aluno da UFSCar e sócio da Smart Sky Tech Hub, startup que construiu a novidade.
Berço na engenharia – As tecnologias utilizadas na reprodução do Museu foram originalmente desenvolvidas para aplicação na engenharia, já que são capazes de mapear cada detalhe de uma área, seja ela aberta ou fechada, gerando dados valiosos para os construtores. Isso porque, antes do início de uma obra, é preciso analisar e estudar as características da área, como declividade, vegetação nativa, existência de córregos, vizinhança, entre outros fatores, de forma que a construção tenha sua viabilidade garantida.
Com drones, câmeras e outros tipos de dispositivos, imagens são capturadas em minutos, independentemente do tamanho do terreno. Ou seja, serviços que antes levavam dias ou semanas para serem executados, passam a ser realizados em poucas horas, com menos mão de obra, mais precisão, qualidade e rapidez. “É informação em alta definição para melhorar a gestão e segurança da obra com todas as informações disponíveis, mesmo a distância, evitando deslocamentos desnecessários e permitindo que problemas sejam resolvidos de forma mais eficiente. Em cima disso, nós criamos uma plataforma que integra os dados levantados por todas essas tecnologias em um único ambiente digital, reduzindo tempo e gerando economia de até 30% no custo do projeto de engenharia”, explica Chase Olson, sócio de André e fundador da startup. 
 
Plataforma digital barateia projetos de engenharia . Foto: Divulgação

Para mapear uma área de 90 hectares com os meios tradicionais – utilizando um topógrafo, por exemplo, seriam necessários cerca de 10 dias de trabalho em campo e mais 20 dias no escritório para processar e trabalhar os dados. Com a junção das tecnologias utilizadas pela startup, é possível fazer o mesmo trabalho em menos de uma semana, levantando ponto a ponto do terreno, com metade da equipe que seria demandada, garantindo menor custo, dados mais precisos, menos tempo de levantamento e mais segurança no caso do mapeamento de áreas de risco ou de difícil acesso.
“Com diferentes ferramentas, as informações geradas são absurdamente superiores ao quantitativo levantado pelo topógrafo tradicional. Além disso, conseguimos evitar possíveis prejuízos, pois se um pedaço de terreno não for analisado na topografia tradicional, isso pode inviabilizar a obra, além de acarretar desperdícios. Às vezes, o proprietário já pagou pelo terreno e só vai enxergar um eventual problema no momento da execução. Com o aumento desenfreado dos insumos nos últimos 18 meses, o setor de engenharia tem buscado meios de economizar para manter a margem de lucro”, diz André. 
 
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Cada equipamento possui uma função específica. Os drones, por exemplo, foram projetados para capturar imagens e dados na vertical. Já o Laser Scanner apresenta precisão milimétrica e é usado como base para medição de distâncias. O Matterport, por sua vez, é um aparelho que gera um modelo digital realista para todos os tipos de espaços a partir de uma filmagem em 3D. Após um processo de dois anos para homologação do uso do sistema no Brasil junto às agências reguladoras, hoje em dia a Smart Sky Tech Hub, em parceria com a Guandalini Posicionamento, é a única do país oficialmente autorizada a operar o equipamento.
Chase relata que o país é uma das nações mais atrasadas na adoção de novas tecnologias no ramo, pois não há um ambiente favorável para essa adaptação: “O país está muito atrasado na implantação de tecnologias de captura da realidade, principalmente na construção civil. É um mercado muito tradicional e resistente a mudanças”, descreve o norte-americano, que mora no Brasil há quase dez anos.   
 
Plataforma digital barateia projetos de engenharia . Foto: Divulgação

 
O fundador da startup, no entanto, acredita que a área ainda poderá impactar muitos setores e vislumbra um futuro positivo. “O mercado de captura de realidade tem diversas aplicações, pode revolucionar o mundo dos negócios e deve evoluir muito, principalmente, no setor imobiliário, mas também para o marketing de lojas online. Imagine um supermercado com um ambiente virtual, com os preços nas prateleiras, permitindo que o cliente veja os produtos disponíveis antes mesmo de se deslocar ao estabelecimento. As marcas também podem pagar para anunciar em espaços pré-determinados e fazer propagandas. É um novo tipo de negócio”, conclui.
A Smart Sky Tech Hub foi fundada em Curitiba, mas está migrando suas instalações para São Carlos, onde os proprietários esperam vivenciar de perto o polo de tecnologia que se construiu nos últimos anos na cidade e tem se destacado nacionalmente. Em dezembro, a nova sede deve ser inaugurada na Rua 9 de julho. “O escritório está pronto. Queremos construir diversas parcerias, principalmente com as Universidades e Institutos de Pesquisa”, finalizam os sócios.

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