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CotidianoUFSCar cria Instituto da Cultura Científica

UFSCar cria Instituto da Cultura Científica

Além de fazer a divulgação científica, instituto abarca também a formação em diferentes níveis e produção de conhecimento

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Campus da UFSCar em São Carlos  Foto: Gabrielle Chagas/G1
Campus da UFSCar em São Carlos Foto: Gabrielle Chagas/G1

UFSCar acaba de criar o seu Instituto da Cultura Científica (ICC), unidade multidisciplinar vinculada diretamente à Reitoria, destinada a ampliar, diversificar, qualificar e potencializar a atuação institucional voltada à promoção da cultura científica. De acordo com a universidade, a proposta opta pelo conceito de cultura científica para abarcar, além das atividades de divulgação científica e comunicação pública da Ciência, também as dimensões de formação (ensino) em diferentes níveis e da própria produção de conhecimento (pesquisa) como necessariamente complementares na consolidação de uma cultura ao mesmo tempo de valorização e de postura crítica em relação ao conhecimento e à prática científica.

Na resolução que cria o ICC, aprovada pelo Conselho Universitário (ConsUni) por unanimidade em reunião no dia 27 de agosto, a compreensão de cultura científica é descrita como “configuração em que a Ciência, seus métodos, linguagens e processo, integram a experiência cotidiana de todas as pessoas, familiarizadas com os elementos mínimos necessários à apreciação, à apreensão, à fruição e à crítica de instituições, processos, resultados, conhecimentos e políticas de Ciência e Tecnologia”.

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Está prevista a atuação do Instituto em seis linhas: produção própria voltada à comunicação pública da Ciência; articulação entre iniciativas de promoção da cultura científica da UFSCar; formação/capacitação para a cultura científica; eventos voltados à promoção da cultura científica; e produção, sistematização e compartilhamento de conhecimentos nas áreas temáticas de abrangência do Instituto. O detalhamento dessas linhas está nas competências também registradas na resolução e na proposta que a embasou, disponível na página da Secretaria de Órgãos Colegiados.

Na apresentação ao ConsUni, o Reitor eleito e não empossado da UFSCar, Adilson Jesus Aparecido de Oliveira, um dos idealizadores da proposta original, destacou a complementaridade de atuação entre o ICC e o Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE), que também deve se consolidar nos próximos anos.   

“Pensamos o IEAE como este espaço de desenvolvimento de estudos avançados e estratégicos, ou seja, de uma Ciência ‘fora da caixinha’, e o ICC, atuando de forma integrada, como o lugar de aproximação e integração de esforços voltados ao diálogo desse conhecimento com a sociedade também de forma inovadora”, exprimiu.   

“Assim, não se trata de uma unidade administrativa dedicada à Comunicação Social, por exemplo, que já temos na Universidade, ou de mais uma instância burocrática. É um lugar também para produção de conhecimento sobre a própria prática de promoção da cultura científica e – e este é um aspecto que considero essencial – para a inclusão dessa temática, da valorização da Ciência e da importância de disseminar o conhecimento, na formação de todos os nossos estudantes, de profissionais e pesquisadores”, complementou.

Oliveira, junto com a jornalista Mariana Rodrigues Pezzo, que também trabalhou na construção da proposta e agora foi nomeada primeira Diretora do ICC, é criador do Laboratório Aberto de Interatividade para a Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico da UFSCar (LAbI), atuante desde 2006 na promoção da cultura científica. A Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, registrou como o projeto carrega toda essa experiência, mas também segue sendo construído em diálogo com toda a comunidade e, especialmente, com pessoas e grupos que já vem atuando na área.   

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“Sabemos que o LAbI tem já uma história bastante importante no cenário nacional em comunicação científica, e agora caminhamos para colocar a UFSCar em posição de destaque. Seguimos construindo e aprimorando coletivamente a proposta”, expressou a Reitora.

O processo de amadurecimento da proposta do Instituto, inclusive, já contou com reunião aberta para a qual esses grupos foram chamados, além de apresentações a todos os conselhos de centros acadêmicos da Instituição. O mapeamento dessas iniciativas segue, agora, sendo uma prioridade na implantação do Instituto, para que possam ser inclusive conhecidas suas principais demandas e diferentes potenciais, uma vez que tanto o apoio institucional a essas ações, quanto a ação coordenada visando ampliação de alcance e abrangência, integram a missão do ICC.

Na reunião do ConsUni que aprovou a criação do Instituto, vários conselheiros qualificaram o momento como histórico, especialmente no contexto de ataques à Ciência evidenciado pela pandemia. Vanderlei Salvador Bagnato, docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), representante da comunidade externa no ConsUni, parabenizou a UFSCar. Ele, que além do reconhecimento como pesquisador também tem atuação conhecida na promoção da cultura científica, reafirmou a contribuição que o ICC poderá dar e disse que “não estaria exagerando em dizer que este é um passo extremamente marcante da UFSCar”.

“Esta é a vantagem de construirmos propostas coletivas. Elas ficam, a despeito das mudanças que acontecem e que fogem do nosso controle. Junto com a minha nomeação como Reitora vieram uma responsabilidade e uma carga de trabalho inimagináveis, mas são momentos como este que me mostram que vale muito a pena seguir resistindo e representando tudo que foi construído pela comunidade universitária, durante a campanha e durante este processo de gestão”, finalizou a Reitora.

No dia 10 de setembro, o Conselho de Administração (CoAd) aprovou a estrutura administrativa do ICC, que, além da Direção, deverá ter uma Coordenadoria Acadêmica e uma Coordenadoria de Comunicação Pública da Ciência. Além disso, o documento que instala essa estrutura registra que a atuação do Instituto deverá se dar por meio de projetos próprios e em parceria com outros grupos a serem vinculados de modo matricial à estrutura permanente da unidade.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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