O segundo edital do Auxílio Inclusão e Acessibilidade da UFSCar vai beneficiar 32 anos estudantes com deficiência matriculados em cursos presenciais e à distância na instituição.
Cada universitário receberá bolsa de R$ 900, em parcela única. Os recursos vêm do Crie (Captação de Recursos para Investimento em Equidade), programa de fomento à permanência estudantil que arrecada doações de pessoas físicas e jurídicas.
Em um ano, mais de R$ 80 mil já foram doados ao CRIE, que recebe valores a partir de R$ 10. Para empresas, o valor mínimo de colaboração é de R$ 50. Contribuições de até R$ 500 devem ser feitas usando o código PIX crie@fai.ufscar.br. É possível contribuir por débito automático, transferência bancária ou boleto. Já as colaborações acima desse valor podem ser realizadas pelo site bit.ly/crieufscar. “Eu sou doadora mensal do CRIE e é muito tranquilo. É só fazer um cadastro no site, autorizar no aplicativo do banco a opção de débito automático e todo mês o valor estipulado é repassado. Pode ser o mínimo, mas é muito importante para o programa”, ressaltou a Reitora.
Em um contexto de escassez de recursos nas Instituições Federais de Ensino Superior, o Crie foi concebido no início da atual gestão da universidade justamente para fazer frente aos cortes orçamentários, em paralelo à luta pela recomposição. “Quando nós propusemos a criação deste programa para o Conselho Universitário, a ideia era ter uma alternativa para manter vivo o apoio aos estudantes que precisam para concluir os seus estudos”, explicou Ana Beatriz de Oliveira, Reitora da UFSCar, em entrevista ao Na Pauta.
A coordenação do Crie é feita por um Comitê Gestor aprovado pelo Conselho de Assuntos Comunitários e Estudantis (CoACE) da UFSCar, composto por graduandos, estudantes de pós-graduação, além de docentes e técnico-administrativos indicados.
“Este segundo edital focado na inclusão e na acessibilidade vem ao encontro da entrada sistemática de pessoas com deficiência nos cursos, que a gente quer, cada vez mais, ampliar. Desde 2016, todas as universidades federais passaram a reservar vagas para pessoas com deficiência. Foi nesta mesma época que os investimentos no Ensino Superior federal como um todo, mas principalmente na permanência estudantil, começaram a ter cortes sistemáticos”, lembrou o pro-reitor de Assunto Comunitários e Estudantis, Djalma Ribeiro Junior.
A questão da assistência e da garantia à permanência estudantil tem sido tratada com prioridade na UFSCar diante da crise que atinge o financiamento público da Educação Superior. Ana Beatriz de Oliveira avalia que a situação se agravou, consideravelmente, em função da pandemia de Covid-19, que provocou empobrecimento importante da população brasileira.
“É um compromisso da gestão trabalhar essa pauta. Tem sido cada vez mais difícil para as famílias manterem os seus filhos na Universidade. Entendemos que a permanência estudantil é um direito que precisa ser garantido àquelas pessoas que estão no Ensino Superior. Foram anos de políticas públicas para garantir a democratização da entrada na universidade, e nós não podemos perder esses avanços por falta de programas de assistência”, defendeu a reitora.
A dirigente ressaltou que a permanência estudantil de qualidade na universidade é responsabilidade da sociedade como um todo. “Queremos caminhar na busca por pessoas jurídicas para apoiar o projeto e ter contribuições de ex-alunos da UFSCar que reconhecem a importância do programa. Peço a todos que compartilhem as informações com outras pessoas dos seus círculos. Acreditamos muito no poder da Educação Superior como agente transformador. Este é o caminho para construirmos um país menos desigual”, concluiu.
A homologação dos inscritos no segundo Edital de Auxílio Inclusão e Acessibilidade no âmbito do Crie será divulgada nesta sexta-feira, dia 25 de março, no site www.bolsas.ufscar.br. Os estudantes habilitados na primeira etapa irão participar de entrevista online, na perspectiva biopsicossocial e da acessibilidade. O resultado final será publicado em 25 de abril. As bolsas serão pagas no mês de maio pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI) da UFSCar. A correta aplicação dos recursos de acordo com seus objetivos será permanentemente acompanhada pela universidade.