Em 2021, a Universidade de São Paulo (USP) registrou o índice de 51,7% de alunos matriculados oriundos de escolas públicas em seus cursos de graduação e, dentre eles, 44,1% autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI).
Esse é o maior porcentual atingido pela Universidade desde o início da reserva de vagas destinadas a esses estudantes, aprovada pelo Conselho Universitário em 2017. Das 10.992 vagas preenchidas este ano, o que representa 98,8% do total, 5.678 são alunos de escolas públicas e, desses, 2.504 são PPI.
Este é o quarto ano em que a USP adota a reserva de vagas. A reserva vem sendo feita de forma escalonada: no ingresso de 2018, foram reservadas 37% das vagas de cada Unidade de Ensino e Pesquisa; em 2019, a porcentagem foi de 40% de vagas reservadas de cada curso de graduação; para 2020, a reserva das vagas em cada curso e turno foi de 45%; e no ingresso de 2021 e nos anos subsequentes, a reserva de vagas deverá atingir os 50% por curso e turno.
Nessa reserva também incide o porcentual de 37,5% de cotas para estudantes autodeclarados PPI, índice equivalente à proporção desses grupos no Estado de São Paulo verificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na inscrição do vestibular, tanto para a Fuvest quanto para o Sisu, ao escolher sua carreira e seu curso, o vestibulando tem três opções: Ampla Concorrência (AC), Ação Afirmativa Escola Pública (EP) e Ação Afirmativa Preto, Pardo e Indígena (PPI).
Perfil dos ingressantes
Um dado que chama a atenção no perfil dos ingressantes neste ano é que, em relação ao total de vagas oferecidas, o número de calouros autodeclarados PPI nos cursos de graduação também aumentou.
Neste ano, dos 10.992 alunos ingressantes, 3.011 são estudantes pertencentes a esse grupo, o que representa 27,4% do número total de vagas, independentemente da modalidade de concorrência.No ano passado, esse índice foi de 26,1%. Além disso, dos autodeclarados PPIs, 18,9% ingressaram pela modalidade AC, ou seja, não utilizaram a reserva de vagas.
De acordo com levantamento feito pela Pró-Reitoria de Graduação (PRG), das 42 Unidades de Ensino e Pesquisa da Universidade, 12 não alcançaram o índice de 50% de alunos ingressantes de escolas públicas, embora a média entre elas tenha ficado na marca dos 49%.
Em relação a estudantes de escolas públicas PPI, apenas quatro Unidades não atingiram a meta dos 37,5%. A Unidade com maior número de ingressantes EP/PPI foi a Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP), com 56,7%; seguida pela Faculdade de Educação (FE), com 51,5%; Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), com 51%; e Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e Instituto Oceanográfico (IO), ambos com 50%. Na Faculdade de Medicina (FM), a porcentagem foi de 41,1%; na Escola Politécnica (Poli), 41,5%, e na Faculdade de Direito (FD), 49,3%.
Em relação às informações socioeconômicas dos novos estudantes da USP, em 2021, houve uma mudança no que se refere às rendas das famílias. Neste ano, 49,4% dos calouros têm renda familiar bruta entre um e cinco salários mínimos e 54,6% têm renda acima dos cinco salários mínimos. Em 2019, esses índices foram de 47,5% e 55%, respectivamente.
O segmento de calouros cuja renda familiar é de até um salário mínimo (até R$ 1.045,00) também cresceu, passando de 2,9% em 2020 para 4,6% em 2021.