![Ações das Americanas viraram Ações das Americanas viraram](https://wp.empresaspioneiras.com.br/wp-content/uploads/sites/acidadeon/img/2023/01/13/20210603_094431.jpg)
As Lojas Americanas devem, no mínimo, R$ 49,7 milhões a empresas de pequeno, médio e grande porte instaladas na região de São Carlos, além de prefeituras e sindicatos. A companhia, listada em Bolsa de Valores, entrou em recuperação judicial com dívidas orçadas em R$ 41,2 bilhões.
O número foi levantado pelo acidade on São Carlos com base na lista de 7.720 credores apresentados pela própria companhia ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A empresa deve os mais variados valores a 25 credores de toda a região. O número pode ser ainda maior, uma vez que diversos fornecedores listados não têm endereço constado na relação.
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Entre as maiores dívidas que a companhia tem na região está a com uma fabricante alemã de materiais escolares com fábrica em São Carlos. Só com a multinacional, a Americanas tem R$ 3,89 milhões em dívidas. Em outro caso, o valor devido é ainda maior: com uma fabricante de eletrodomésticos linha branca com planta em Rio Claro, a companhia tem R$ 43,6 milhões “pendurados”.
A lista de credores da região vai longe: shopping center (R$ 13,1 mil) e fabricante de balas em Rio Claro (R$ 691,7 mil); uma indústria de cerâmica doméstica de Porto Ferreira (R$ 1 milhão) e outra de Descalvado (R$ 313 mil).
Em São Carlos, a Americanas deve para R$ 64 mil para empresa de participações e empreendimentos, R$ 1.330 para um sindicato e R$ 18 mil para dedetizadora. À Prefeitura, módicos R$ 13,52 constam de lista disponibilizada ao Judiciário carioca.
Excluindo as grandes empresas, sindicatos e prefeituras aos quais a companhia deve, R$ 2,2 milhões são para 14 empresas de pequeno e médio de toda a região. Os valores são menores, mas causam transtornos grandes o suficiente para colocar o destino destas firmas na berlinda, de acordo com o economista Cláudio Paiva.
“A situação do micro e pequenos fornecedores é mais complicada, pois não têm prioridade nos pagamentos e terão uma dificuldade muito grande com o futuro deles”, afirma.
Além de fornecedores que proviam mercadorias para as lojas físicas da rede Americanas, a insolvência da empresa afeta diretamente vendedores que anunciavam produtos no marketplace.
“Muitos empresários estruturaram seus negócios com base no marketplace da Americanas. Então, como efeito imediato, tem o comprometimento do seu faturamento”, avalia.
Os municípios devem ter impactos mínimos com a situação da empresa. Eventuais fechamentos de unidades, como o que ocorreu em Araraquara, devem ser olhado com atenção, uma vez que cada loja gera muitos empregos. A companhia mantém 44 mil “associados”, como os empregados são chamados no ambiente corporativo interno.
Todos os envolvidos, funcionários, fornecedores, parceiros e acionistas devem torcer pela recuperação da empresa, afinal, recursos estão envolvidos na situação. A Americanas deve apresentar um plano de recuperação à Justiça do Rio. Os acionistas de referência se dispuseram a colocar dinheiro na empresa, mas o mercado achou pouco.
Na visão do economista, os valores de cada dívida devem entrar em negociação entre a empresa e credor, para que sejam dados descontos.
“Necessariamente terão de dar um desconto muito grande para poder ter acesso a esse dinheiro. Uma empresa que tem R$ 1 milhão, na fase de negociação, vai ter uma proposta de desconto”, revela.
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