- Publicidade -
EconomiaDólar em baixa dá "empurrãozinho" nas negociações de viagens

Dólar em baixa dá “empurrãozinho” nas negociações de viagens

Agência de câmbio registra alta na procura pela moeda norte-americana; economista questiona a compra da divisa como reserva de valor

- Publicidade -

Dólar teve redução na cotação. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A baixa do dólar está dando um empurrãozinho nas negociações em agências de turismo e intercâmbio e nas compras da divisa em operadoras de câmbio de São Carlos. Para quem já tem data para ir viajar é uma boa adquirir a moeda, segundo economista.

- Publicidade -

Em apenas uma semana a divisa caiu 5,38%, nos cálculos do professor de economia Cláudio Paiva. Junto com a derrubada das restrições às viagens nos principais destinos do mundo, quem depende da moeda estrangeira para fazer negócios vê possibilidades de ganho.

Um dos casos é o do operador de câmbio José Ivan da Silva. Nesta segunda-feira (28), o dólar turismo foi negociado em torno de R$ 5,15. O valor contrasta com os R$ 5,70 de meses atrás. Para quem precisa do numerário para viajar, a diferença é grande e compensa.

“Olhando a gente veio de um movimento muito baixo por conta da pandemia, que ninguém saia do país, viajava. Agora com a liberação de fronteiras dos países deixando os turistas entrarem, em toda América do Sul, Estados Unidos e Europa, começou a ter mais procura de pessoas que queriam realizar as viagens agendadas, começaram a comprar dólares e euros, moedas que precisavam para viajar”, relata.

A baixa na moeda está deixando mais baratos os intercâmbios e viagens na agência de Anna Botta Neto. Uma viagem de US$ 1 mil ficou R$ 1.000 mais em conta, levando em consideração a redução da moeda estrangeira de R$ 6 para R$ 5.

No período mais crítico da pandemia, os clientes chegavam a checar as condições de negócios para viagens futuras mas não fechavam o contrato. A diretora de agência notou que mais apertos de mãos foram feitos nas últimas semanas.

- Publicidade -

“Neste mês posso dizer que está sendo um crescimento bem grande. Está voltando como era antes da pandemia. Acredito que o crescimento está em 20% sobre o ano passado e na comparação com antes da pandemia já igualou e acredito que terá uma subida”, afirma.

Ana ainda relata que a volta dos estudantes à São Carlos pode ajudar na retomada dos negócios. USP e UFSCar retomaram as atividades presenciais e a vivência estudantil pode reacender pretensões de intercâmbios no exterior. Canadá, Irlanda, Estados Unidos e Inglaterra são os principais destinos entre os intercambistas que saem da cidade.

“Teve uma melhorada e tem vindo mais uma faixa etária de 20 a 30 anos e estão procurando trabalho no exterior, aumentando bastante a procura. Tem também os adolescentes”, comenta.

O operador de câmbio José Ivan tem visto também um crescente interesse pela compra de dólar como reserva de valor. Mesmo a moeda turismo custando mais do que a comercial – referencial do mercado de câmbio – vale a lógica de comprar na baixa e vender na alta.

“Tem tido a procura por pessoas querendo guardar. Há quem tem o dinheiro e compra dólar para guardar, mesmo que a poupança tenha um rendimento, quando cai o dólar a pessoa adquire para investimento. O dólar é uma moeda forte e o real tem se valorizado, por isso a pessoa fica com medo a acaba adquirindo para ter uma reserva de capital”, explica.

Para o professor de economia Cláudio Paiva, a compra de dólar é vantajosa para quem já tem viagem marcada. Não compensa, na opinião do especialista, pagar para ver se há mais quedas.

“Então, se você tem uma viagem neste momento, eu recomendo, porque em relação à taxa média de câmbio do ano passado em relação a esse ano, ela teve uma queda significativa. Então vale a pena comprar”, avalia.

Paiva afirma, porém, que a situação muda na compra para investimento. Quem quer ter uma reserva de valor na moeda estrangeira precisa ter ciência dos fatores que influenciam em sua baixa no mercado. A queda é estrutural?, questiona.

A volatilidade também tem se mostrado presente. Hoje, a moeda chegou a bater os R$ 4,736 na mínima e R$ 4,816 na máxima. Na semana passada, por exemplo, a cotação da divisa comercial teve grande desvalorização.

“Se você comprou na segunda-feira perdeu quase 6% do investimento que fez. Se vê que não é um mercado para amadores. Essa pergunta que se vale a pena ou não ocorre recorrentemente todas as vezes que há uma valorização da moeda nacional frente ao dólar. As pessoas dizem: ‘Vamos investir em dólar que está valendo a pena’. Será que vale a pena mesmo?”, indaga.

- Publicidade -
Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Notícias Relacionadas
- Publicidade -