Em agosto, as cadernetas de poupança em São Carlos tiveram mais saques do que depósitos. No último mês da série histórica do Banco Central, as retiradas chegaram a R$ 21,2 milhões.
Os saques reduziram em 1,3% o valor detido nas contas poupanças da cidade. No fechamento de agosto, os são-carlenses tinham depositados R$ 1,604 bilhão, ante R$ 1,626 bilhão de julho. Os valores não incluem as aplicações no banco Itaú, cujos dados não estavam integralizados no balanço mensal.
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Para a economista Paula Velho, o movimento de retirada de recursos das poupanças pode ser explicado pela alta inflação dos últimos meses. Com menor poder de compra, as famílias recorrem ao dinheiro guardado para manterem as contas em dia.
“Podemos entender como o primeiro ponto disso é a inflação subindo. Ela tira poder de compra da população, que infelizmente têm que recorrer às aplicações guardadas, principalmente a caderneta de poupança”, revela.
Durante a pandemia de Covid-19, o município experimentou a expansão dos depósitos em poupança, fruto de contenção de gastos das famílias e de programas públicos de transferência de renda, como o Auxílio Emergencial ou Auxílio Brasil. Porém, desde julho São Carlos tem registrado reduções nos valores guardados.
“A segunda razão é o endividamento das famílias. Para que tenhamos noção, em outubro chegou a 80% o percentual de famílias endividadas. Destas, 30% estão inadimplentes”, completa a economista, citando pesquisa da Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Bancos públicos à frente
Com R$ 632,7 milhões, o Banco do Brasil é líder em aplicações em poupança em São Carlos, seguido de perto pela Caixa Econômica Federal, cuja soma está em R$ 514,3 milhões. O Banco Santander é o terceiro colocado, com R$ 238,5 milhões.
Movimento nacional
No último mês, o país assistiu mais um passo do movimento de retirada de recursos da poupança, com saques líquidos de R$ 11,01 bilhões, segundo o Banco Central. A retirada de dinheiro da aplicação foi a maior da série histórica iniciada em 1995.
