Nesta sexta-feira (4) a cidade sorriso tem dois motivos para comemorações: seus 165 anos de fundação e a celebração do dia de São Carlos Borromeu, que foi o que deu nome ao município devido à devoção de seus fundadores. Mas afinal, qual é a ligação entre eles?
Sua história com o santo começa, de fato, desde sua criação, já que a família Arruda Botelho era de ascendência italiana e devota de São Carlos Borromeu, a quem conhecia toda a história vivida em Milão, segundo o pároco Sandro de Souza Portela.
“Devido a essa influência de devoção da família de Carlos Botelho, que inclusive tinha em seu nome o nome de São Carlos, algo que era uma tradição muito presente em grandes famílias ilustres que no passado sempre davam o nome de um filho ao santo de devoção da família”, explicou o padre.
Àquela época, reza a tradição, Conde do Pinhal derrubou dois alqueires de mata e demarcou o pátio onde se ergueria, no ano seguinte, a futura capela da vila de São Carlos do Pinhal, local onde se encontra a Catedral.
Leia mais
Catedral de São Carlos celebra o padroeiro com 15 dias de festa
Distrito de Paz há 110 anos, Santa Eudóxia é lugar para viver “em paz”
A povoação começou, então, ao redor da capela, com pequenas casas sendo construídas por moradores que, em sua maior parte, eram herdeiros da família Arruda Botelho, os primeiros proprietários das terras da Sesmaria do Pinhal.
Para o pároco da Catedral de São Carlos, toda essa história mostra a importância da igreja no desenvolvimento da cidade, e principalmente na fé dos cristãos e devotos do popular santo conhecido pelo seu dom de caridade.
“O catolicismo ainda está muito presente no meio do nosso povo. São Carlos Borromeu é um dos santos que tem essa história tão bonita que o povo conhece. Ele é intercessor da nossa cidade, e mais do que isso, da nossa diocese que compõe 29 municípios e 130 paróquias que estão atualmente sub jurisdição do bispo Dom Luiz Carlos Dias”, disse.
Sua história e características
Carlos Borromeu nasceu na Itália, em 2 de outubro de 1536, vindo de uma família bastante conhecida e ingressando na vida religiosa bem cedo, dada influência dos pais e do tio, o Papa Pio IV.
Era conhecido por ser uma pessoa caridosa e temente à Deus, doando seus bens e riqueza de familiares aos mais necessitados, e quando se tornou Arcebispo de Milão, seu dom foi ainda mais enaltecido.
Em meados de 1576, Milão foi atingida pela peste negra, doença que matou milhares de pessoas e, conta a história, mais de 100 padres de sua diocese. Diante daquela situação e do abandono do poder público frente aos doentes, Borromeu ia ao encontro dos mais necessitados, oferecendo acolhimento a quem, na época, tinha sido colocado na rua.
Pouco tempo depois, ele adoeceu após ser infectado pela peste e morreu aos 46 anos, em 3 de novembro de 1584, mas seu grande exemplo fez com que pouco tempo depois, em meados de 1600, ele fosse beatificado e canonizado.
“Ele deixou essa grande lição para toda a humanidade, muito pouco tempo depois de sua morte. Ele foi declarado santo, reconhecido a sua santidade no seu zelo pela igreja, o seu amor a Jesus Cristo e a sua dedicação aos pobres e mais necessitados nessa época difícil que aquele povo viveu”, completou o padre.
Veja também
Com alta carga tributária, valor da cesta básica deve subir no Brasil
