O prefeito de São Carlos, Airton Garcia (União), será convidado a prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga suposta interferência da primeira-dama Rosária Mazzini Cunha na administração municipal. Nesta quinta-feira (8), José Renato de Oliveira Andrade, amigo de Airton, relatou episódios de “confusão mental” do mandatário.
O presidente da CPI, vereador Paraná Filho (PSB), também requisitou a convocação de Valéria Fazan e do secretário Mariel Olmo (Serviços Públicos).
Em depoimento na manhã de hoje, Andrade relatou que o prefeito tem sido blindado pela primeira-dama em função de seu estado de saúde “debilitado”. O amigo afirmou que mantinha contato diário, o que foi interrompido desde a posse de Airton no segundo mandato e que ficou “aterrorizado” quando se deparou com o prefeito em junho deste ano. Andrade já tinha percebido “sinais” quando falou com o prefeito, meses antes, entre o final de 2021 e o começo deste ano. Eles se conhecem “desde a década de 1980”.
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“Ele falava uma coisa e, de repente, repetia: ‘Eu te contei isso’. Mas ele tinha acabado de contar. Falava duas, três vezes [a mesma coisa]. Fiquei preocupado”, relatou.
Em encontro no quinto andar do Paço Municipal, quando visitava um amigo que trabalhava numa repartição municipal, Andrade diz ter encontrado o prefeito no corredor e aceitado o convite para tomar um café no gabinete. O fato teria ocorrido em junho.
“Ele só assinava [os documentos], não questionava mais, como fazia antigamente. Assinava, assinava e não falava nada. O que eu fiquei mais impressionado é que depois e meia hora que estava com ele, o prefeito vira e diz: ‘Oi, Zé, é você que está aí?’. Meu mundo caiu, fiquei horrorizado, pois fazia meia hora que estava com ele”, prossegue.
Na sequência, narra o amigo do prefeito, que comentou ter ficado chateado com a demissão de Marcos Palermo da Secretaria de Saúde, ocorrida em maio. “Ele disse: ‘Mas o Palermo saiu?’”.
O amigo do prefeito afirmou acreditar piamente na honestidade do mandatário, mas ele é usado “como fantoche”. “Ele deveria ser afastado daquele antro. Aquela Prefeitura virou um antro”, dispara.
“Eu quero que ele seja cassado para ir para casa e se tratar, descansar. Que a mulher dele o pegue pela mão, leve para casa e cuide dele. Acredito na honestidade do prefeito, mas ele é usado por essa gangue”, concluiu.
O que diz o prefeito
Procurado, o prefeito Airton Garcia afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se manifestará sobre o assunto.
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