Produzido no Acre, “Noites Alienígenas” retrata o impacto da rota do tráfico de drogas na região amazônica. O filme, vencedor do Festival de Gramado, gira em torno das consequências que esse cenário causa à vida de três moradores locais. O longa estreia no streaming da Netflix nesta sexta (19).
Além de ter recebido, em 2022, o Kikito de melhor longa do festival, o filme conquistou também troféus nas categorias de melhor ator (Gabriel Knoxx), ator coadjuvante (Chico Díaz) e atriz coadjuvante (Joana Gatis), com menção honrosa também para o ator Adanilo. O elenco é completado por Gleici Damasceno, vencedora do BBB em 2018.
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O FILME
A produção mostra o lado urbano da cidade de Rio Branco, onde os personagens têm suas trajetórias marcadas pela mudança da rota do tráfico que começa a passar pela região. “Hoje, essas organizações criminosas são muito presentes. A gente sentiu que isso também era importante. Era importante trazer para o presente e para o contemporâneo o roteiro, que, em cinco anos, entre o livro e o filme, mudou radicalmente. Ali é o cenário onde a história se passa”, comenta o diretor Sérgio de Carvalho.
O roteiro, assinado por Carvalho, Camilo Cavalcante e Rodolfo Minari, é inspirado no livro homônimo escrito pelo diretor. Mas, como ele mesmo deixa claro, livro e filme são coisas distintas. “A gente fez uma adaptação da linguagem literária para a linguagem cinematográfica em um outro ponto que é importante também colocar, porque tanto o livro quanto o filme falam de uma periferia amazônica.”
O cineasta também destaca que, ao situar a trama numa Amazônia urbana, o filme revela um aspecto da região que é raramente visto no cinema. “Nós conhecemos e falamos pouco sobre essa Amazônia urbana que também é completamente ligada à das florestas, e que tem uma riqueza de culturas muito grande.”
Uma das questões centrais em Noites Alienígenas é a identidade brasileira. “É uma grande pauta que o Brasil vive hoje, de reafirmação de suas culturas originárias, de seus povos tradicionais. E o filme também trata essa questão da negação da identidade por meio do personagem do Paulo. Então, acho que o Brasil é o maior dos alienígenas. Ele acaba sendo o reflexo dessa sociedade brasileira em plena transformação.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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