15 de dezembro de 2024
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Museu da Imagem e Som exibe exposição sobre a trajetória de Tina Turner

Mostra Tina Turner: Uma Viagem para o Futuro destaca momentos raros e o pioneirismo de um dos ícones dos anos 80

Mostra “Tina Turner: Uma Viagem para o Futuro” destaca momentos raros e o pioneirismo de um dos ícones dos anos 80. (Foto: Divulgação/Bob Gruen)

Inaugurada nesta quinta-feira (4), no MIS (Museu da Imagem e Som), a exposição “Tina Turner: Uma Viagem para o Futuro” conta com uma ambientação contemporânea e é composta essencialmente por registros fotográficos dos profissionais Bob Gruen, Lynn Goldsmith, Ian Dickson e Ebet Roberts. Na mostra, o visitante terá a oportunidade de chegar à essência de Tina Turner, artista e mulher. 

Há dois pontos-chaves para se entender a exibição. Um deles aparece antes mesmo de o visitante acessar a exposição, no primeiro andar do prédio. Em um reduzido espaço expositivo, à esquerda da entrada do museu, uma pequena mostra conta a história da fotografia, a partir de itens do acervo do museu. Nela é destacada a importância do registro fotográfico desde o final do século 19 e como ele pode nos ensinar a enxergar além do trivial.

A foto que dá as boas-vindas é em preto e branco e foi feita por Gruen na década de 1970. O olhar de Tina, fora do palco, com o corpo coberto por um casaco de frio e óculos de sol levantado à cabeça, flagra uma mulher que passava por um transformação pessoal e artística que eclodiria na década seguinte.

Ainda casada e com a vida artística ligada ao músico e produtor Ike Turner, Tina, à época já um nome importante do R&B, começava a compor, se convertia ao budismo e lançava seu primeiro disco solo de carreira, Tina Turns the Country On, com versões de canções do country e folk, de 1974.

Quatro anos depois, Tina se separaria de Ike – e apenas décadas mais tarde revelaria que fora, por anos, vítima de violência doméstica. Em carreira solo, Tina voou mais alto ainda.  

 

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ÍCONE

Rainha do rock, com sua voz potente e grave, mas também um ícone pop – e tudo que esse título carrega -, faz grandes turnês pelo mundo, tem músicas no topo das paradas de sucesso e é símbolo na moda e presença no cinema. Como dissociá-la da canção We Dont Need Another Hero, do filme Mad Max 3, Além da Cúpula do Trovão, por exemplo?

Aí está, portanto, o segundo ponto de compreensão da exposição. Tina foi e ainda é, mesmo depois de ter se despedido dos palcos há quase 15 anos, um referencial do universo musical pop até os dias de hoje. Não à toa, antes de se retirar de cena, fez uma espécie de passagem de bastão para Beyoncé, em uma apresentação que fizeram juntas na cerimônia do Grammy, em 2008.

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Para a jornalista e apresentadora Adriana Couto, que divide a curadoria da exposição com o ecossistema criativo Mooc, a cantora não seria o sucesso que foi e não teria essa identificação com a geração atual se não tivesse rompido muitos padrões, inclusive o de ter feito sucesso após os 40 anos, com o álbum Private Dancer, lançado em 1984, quando Tina estava com 45 anos.

“As discussões que Tina trouxe são as de hoje. Estamos falando de violência contra a mulher, o machismo na indústria da música e o etarismo”, diz Adriana ao Estadão. 

FOTOGRAFIAS

Tão estrela quanto Tina dentro do rock and roll, o fotógrafo Bob Gruen, autor de boa parte das mais de 100 fotos que compõem a exposição, muitas delas nunca exibidas no País, foi praticamente lançado por Tina. Foram ela e o então marido Ike que abriram as portas de sua casa e da carreira para Gruen.

Com isso, o fotógrafo conseguiu, assim como também o fez com o casal John Lennon e Yoko Ono, registrar momentos que nenhum outro conseguiu, por estar no lugar certo, com o acesso irrestrito.

São de Gruen as poucas fotos de Tina sem peruca – a cantora sabia que esse seria um acessório interessante em sua imagem. Ou de Tina preparando um refeição na cozinha de sua casa. Para ele, a cantora ainda ofereceu um sorriso enquanto dava um autógrafo.

Há ainda, entre os cliques de Gruen e dos demais profissionais, imagens da cantora em shows ao redor do mundo, em gravações de estúdio ou rodeada por seus filhos.

Para destacar a imagem e a voz de Tina, um telão de 6 metros de altura por 3,5 de largura exibe seus números musicais em um ambiente repleto de refletores. É nesse espaço em que estão disponíveis algumas perucas do modelo que Tina usava para que os visitantes mais empolgados possam colocá-las e fazer fotos – ou fazer performances junto à diva.

Em seu retiro da Suíça, atualmente com 83 anos, com 12 prêmios Grammys e 200 milhões de discos vendidos ao longo da carreira, Tina, nascida no conservador Estado do Tennessee, nos Estados Unidos, com o nome de Anna Mae Bullock, ainda representa, como indica o título da exposição, uma grande e empolgante viagem ao futuro.

Tina Turner: 

Uma Viagem para o Futuro 

Museu da Imagem e do Som. 

Av. Europa, 158. 3ª a 6ª, 11h/20h; sáb., dom. e fer., 10h/19h. R$ 30 / R$ 15. 

Na 3ª, entrada gratuita. Até 9/7 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 

 

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Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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