15 de dezembro de 2024
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Por que 22 de agosto é o Dia do Folclore?

Dia do Folclore é celebrado internacionalmente em 22 de agosto; no Brasil, a celebração foi instituída em 1965

O Saci é uma das figuras mais lembradas no Dia do Folclore (Foto: freepik)
O Saci é uma das figuras mais lembradas no Dia do Folclore (Foto: freepik)

Nesta quinta-feira, 22 de agosto, é comemorado o Dia do Folclore no Brasil. A data comemorativa foi criada na Ditadura Militar para exaltar a cultura e as tradições nacionais. Esse movimento para valorizar o folclore brasileiro surgiu na Semana da Arte Moderna de 1922, quando várias obras eram inspiradas na cultura popular.

Por que 22 de agosto é o Dia do Folclore?

O Dia do Folclore é comemorado internacionalmente no dia 22 de agosto porque o termo inglês “folklore” foi criado nesta data, em 1846, pelo escritor britânico William John Thoms.

No Brasil, a data foi instituída em 1965, um ano após o golpe militar, em decreto assinado pelo primeiro presidente Humberto Castello Branco.

O que significa folclore?

A palavra vem da junção de “folk” (povo, popular) com “lore” (cultura, saber). Segundo John Thoms, o termo significa “saber tradicional de um povo”.

O que é folclore?

Assim como diz o termo, o folclore é o conjunto de manifestações culturais típicas de uma determinada região, que formam a identidade social de um povo.

Principais lendas do folclore brasileiro

Entre as principais lendas do folclore brasileiro estão:

  • Negrinho do Pastoreio
  • Boto Cor de Rosa
  • Curupira
  • Boitatá
  • Saci

Monteiro Lobato: folclore e controversas

Um dos autores brasileiros que mais exaltou o folclore nacional foi Monteiro Lobato. Em suas obras, como “Sítio do Pica Pau Amarelo”, várias figuras folclóricas, como a Cuca e o Saci, são citadas. Mas, Embora seja considerado pioneiro na literatura infantil, Monteiro Lobato também é criticado por ideias supostamente racistas. De acordo com o artigo “Monteiro Lobato: rasgado, queimado, cancelado e imprescindível”, do Jornal da Unesp, esse tema é amplamente debatido dentro e fora das escolas. Mas o que é falado sobre essa suposição?

Segundo Thiago Alves, que assina o artigo:

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  • Desde o final do século passado, há diversos estudos sérios realizados que buscam refletir sobre o papel dos personagens, pretos e não pretos, das obras – em destaque os da pesquisadora Marisa Lajolo;
  • Na década de 50, existiam críticas, principalmente as do padre Sales Brasil, que buscavam classificar Lobato em algum estigma social e;
  • Atualmente, há discussões sobre termos pejorativos utilizados, como “negrinha”, que aparecem em suas obras, e fazem necessárias notas explicativas no rodapé para contextualização.

Por um lado, há jornalistas e pesquisadores que defendem a acusação de racismo. Em 2021, Marcelo Coelho escreveu o texto: “Pode ser chato saber disso, mas Monteiro Lobato era de um racismo delirante” e, por outro, há quem discorda. No mesmo jornal, a pesquisadora e especialista nas obras de Lobato, Ana Lúcia, publicou como resposta: “‘Racismo delirante’ é tratamento grotesco, Monteiro Lobato merece respeito”.

No primeiro caso, Marcelo, que é mestre em sociologia pela USP (Universidade de São Paulo), destaca o conto “Negrinha”. “Lembro o conto ‘Negrinha’, em que pelo menos se mostravam as crueldades de uma sinhá branca em cima de uma “menina de criação”.

Já no segundo, a pesquisadora Ana Lúcia diz: “Sei que a vida e a obra deste grande escritor são um verdadeiro jogo de espelhos, que exige muito fôlego e capacidade de discernimento dos que desejem opinar sobre ela ou sobre o escritor”.

No artigo da Unesp, o professor Thiago explica que “cancelar Lobato” equivale a “queimar um ramo literário”. Assim, embora em outro contexto, que conserva outros valores, as obras têm potencialidade de gerar debates importantes à sociedade, como o racismo.

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Marcos André Andrade
Marcos André Andrade é formado em jornalismo pela Unesp e pós-graduado em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais pelo Senac. No Grupo EP desde 2022, é editor do Tudo EP e foi repórter do acidade on Campinas. Tem passagens pela Band Campinas, Rádio Bandeirantes de Campinas e Rádio Band News de Campinas, onde desempenhou as funções de âncora, editor, produtor e repórter.
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