O dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, que morreu na manhã desta quinta-feira (6), foi um dos criadores do tradicional Teatro Oficina, em São Paulo. Considerada uma das companhias mais antigas em atividade no Brasil, o local é tombado como patrimônio histórico desde 1982.
Quando ainda era estudante universitário, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Zé Celso iniciou o Grupo de Teatro Amador Oficina, no final da década de 1950. Também fizeram parte da idealização Renato Borghi, Fauzi Arap, Etty Fraser, Amir Haddad e Ronaldo Daniel. Anos depois, em 1961, eles ganharam uma sede na Rua Jaceguai, no centro da capital paulista, que originou o que hoje é o Teatro Oficina.
O projeto arquitetônico foi feito por Joaquim Guedes. Mas, após um incêndio em 1966, o edifício foi destruído e precisou passar por uma reforma. Em 1991, Lina Bo Bardi transformou a proposta da companhia com um novo projeto.
Ao longo de sua história, o grupo encenou peças teatrais que contaram com grandes nomes da atuação, como “Pequenos Burgueses”, em 1963, do russo Máximo Gorki, com Rosamaria Murtinho e Tarcísio Meira no elenco. O Teatro Oficina acabou se tornando um centro de estudos da dramaturgia brasileira, em que formou atores como Bete Coelho, Leona Cavalli e Esther Góes, e recebeu outros grandes nomes como Augusto Boal, Fernanda Montenegro, Marieta Severo e Zezé Motta.
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COMO VISITAR O TEATRO OFICINA
O Teatro Oficina continua localizado na Rua Jaceguai, nº 520, no bairro Bixiga, em São Paulo. A casa de espetáculos ainda realiza apresentações teatrais ao longo da semana, e a programação pode ser conferida no site oficial.
Em 2020, o teatro passou por algumas dificuldades por conta da pandemia de covid-19, mas Zé Celso conseguiu garantir que o local não precisasse ser fechado.
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