12 de dezembro de 2024
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Tudo Inovação

Hospital Albert Einstein lança programa de apoio a startups de vacinas e remédios

A iniciativa irá integrar uma rede de cooperação internacional formada por instituições públicas e privadas de mais de dez países, como EUA e Reino Unido

  
O Hospital Israelita Albert Einstein lança oficialmente neste mês um programa de inovação em Biotecnologia para apoiar startups no desenvolvimento de remédios, vacinas e soluções diagnósticas. Os primeiros editais para buscar empresas parceiras devem ser divulgados já nas próximas semanas.   

A iniciativa irá integrar uma rede de cooperação internacional formada por instituições públicas e privadas de mais de dez países, como EUA e Reino Unido. O objetivo, com isso, é obter mentorias especializadas para as startups apoiadas e incentivar o intercâmbio tecnológico.

O novo projeto do Einstein será possibilitado pela colaboração entre três áreas estratégicas da instituição: Big Data Analytics, Genômica e Terapia Celular. Criadas ao longo dos últimos anos, elas recebem investimento anual de cerca de R$ 100 milhões.   

A sede da iniciativa será no Centro de Ensino e Pesquisa (CEP) Albert Einstein, câmpus Cecília e Abram Szajman. Localizado no Morumbi, zona sul da capital paulista, o espaço foi inaugurado neste mês e tem chamado atenção pela infraestrutura.  

 

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“O estímulo ao desenvolvimento tecnológico nacional é talvez a principal característica dessa iniciativa”, diz Henrique Neves, diretor geral do Einstein. 

Para possibilitar a execução do programa, explica, foi aberto um novo braço da Eretz.bio biotec, incubadora da instituição criada em 2017 com o objetivo de incentivar a transferência de tecnologia para pesquisa e desenvolvimento.

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O projeto de inovação em Biotecnologia, nesse contexto, é descrito por ele como uma “evolução natural” e que pode explorar o potencial de pesquisa da área.  

“Um programa como esse pode mobilizar as pessoas e essas características que estão à nossa volta para o desenvolvimento de novos conhecimentos”, explicou Neves. “A ideia é que a gente consiga reter pesquisadores brasileiros e atrair pesquisadores que estejam no exterior.”

Segundo o diretor, a iniciativa começou a ser pensada desde antes da pandemia, mas o período recente trouxe um elemento novo para o desenvolvimento científico: a ampliação do nível de colaboração entre as organizações. “Essa observação da vantagem de se trabalhar de forma colaborativa, que vem da pandemia, certamente influenciou muito no pensamento desse projeto.”

Hoje, cinco pessoas trabalham diretamente na operacionalização do novo programa. Porém, principalmente quando as startups parceiras forem definidas, a intenção é que o projeto dialogue com diferentes áreas, inclusive as de ensino. Além dos cursos já existentes, o Einstein terá no próximo ano a primeira turma de graduação do curso de Engenharia Biomédica, aprovado recentemente pelo Ministério da Educação (MEC).

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“Não é necessariamente um programa de retorno de curto prazo, mas o que nos estimula é o tamanho da oportunidade”, reforça Neves. Ele diz que o Einstein já tem conversado com agências de fomento que têm manifestado interesse em aportar fundos no projeto e também com iniciativas privadas. “A gente acredita que a capacidade de juntar todos esses elementos e gerar iniciativas e projetos no Brasil pode criar efetivamente algo novo.”

O programa de inovação em Biotecnologia integrará uma rede de parcerias internacionais para intercâmbio tecnológico, formada por instituições públicas e privadas de mais de dez países, como Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, Espanha, Israel, Singapura e Chile. Ainda este ano, a expectativa é de que os acordos de cooperação poderão ser ampliados para outros locais da América Latina, bem como para países asiáticos, como China, Japão e Coreia do Sul.

“Há um crescente número de publicações científicas (sobre Biotecnologia), mas isso não se reflete quando a gente está falando de produtos, não vai diretamente para a sociedade”, afirma Camila Hernandes Pinheiro, gerente de Inovação do Einstein. A motivação da iniciativa, segundo ela, é mudar esse cenário e trabalhar no desenvolvimento de vacinas, remédios, entre outros produtos. É por isso que, explicou, ter acesso às experiências vivenciadas por instituições de outros países seria tão importante.

A definição de qual dos produtos será o foco do programa – se remédios ou vacinas, por exemplo – “está totalmente em aberto” e dependerá das parcerias que serão firmadas, informou Camila.   

“Há muitas possibilidades no Brasil pela diversidade genética populacional, que permite validar e criar novos produtos não só genéticos”, afirma a gerente de Inovação.  

Conforme a direção do Einstein, antes de o programa ser criado, foram contratados estudos da iniciativa privada que apontam tendência de crescimento para a área de Biotecnologia, o que vem ocorrendo sobretudo após o início da pandemia. Entre as áreas mais específicas com potencial a ser explorado, estão Farmacogenética, Vacinas, Nanossensores, Medicina Regenerativa e Terapias Avançadas.  
 
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