A inteligência artificial (IA) já não é mais uma tecnologia do futuro. Ela deixou de residir tão somente em smartphones ou computadores para se infiltrar silenciosamente no cotidiano das pessoas, tornando-se um recurso constante e indispensável, mesmo que imperceptível às vezes.
Comecemos com um exemplo simples, mas transformador: as assistentes virtuais. Desde a Siri, da Apple, até o Google Assistant e a Alexa, da Amazon, esses dispositivos estão sempre prontos para responder a perguntas, definir lembretes, fornecer informações meteorológicas ou até mesmo contar piadas. Além disso, funcionam como auxiliares de bolso prontos para ajudar a tornar diferentes rotinas mais organizadas e eficientes.
De uma forma mais prática, esses dispositivos usam processamento de linguagem natural (NLP) para compreender o que o usuário está pedindo. Ao utilizar técnicas de aprendizado de máquina, encontram respostas dentro de uma base própria ou com o auxílio da internet. Já é possível prever a atualização dessas assistentes para a inteligência artificial conversacional, na qual temos a simulação de uma conversa humana empoderada por novas tecnologias de IA generativa.
Você já deve ter se perguntado como serviços de streaming de música ou vídeo sabem exatamente do que gostamos e a resposta está na IA. Algoritmos de recomendação analisam o comportamento humano de consumo e preferências para oferecer um conteúdo altamente personalizado. Essa aplicação tecnológica também está presente em e-commerces, sugerindo produtos com base em diversas atividades do cliente, que podem ser compras anteriores, histórico de navegação, likes, itens buscados e até mesmo características pessoais de seus cadastros. Chamamos essa estratégia de marketing de “segment-of-one”, segundo a qual cada indivíduo é tratado como único, criando intimidade e um relacionamento mais pessoal.
A inteligência artificial é, faz um bom tempo, uma tecnologia que auxilia o setor financeiro com a detecção de fraudes, identificando padrões suspeitos em transações em tempo real. Algoritmos de machine learning são empregados para análise de dados e previsões de mercado, ajudando na tomada de decisões de investimento mais adequadas. Em uma tacada só, a IA molda e aprimora a maneira como os bancos e instituições financeiras operam e atendem às necessidades de seus clientes ao mesmo tempo que os protegem.
Serviços de compartilhamento de carros e aplicativos de transporte, inclusive, encontraram nessa tecnologia a chance de otimizar rotas, preços e a própria experiência do passageiro. Carros autônomos, uma das aplicações mais visíveis da IA no dia a dia, fazem uso de sensores, câmeras e algoritmos de aprendizado de máquina para navegar com mais segurança pelas estradas.
Nesse caso, muitas tecnologias estão envolvidas para tornar essa viagem possível, desde a visão computacional, processando imagens capturadas por câmeras, passando pelo processamento local via Edge Computing por meio do uso de sensores distribuídos por todo o veículo, até dados de GPS e internet para atualização sobre as condições das vias, tempo, etc. O processamento em avançados algoritmos de inteligência artificial faz com que o carro cumpra seu papel sem o auxílio humano.
A IA está impulsionando a revolução da casa inteligente com termostatos “que pensam”, iluminação controlada por voz, sistemas de segurança automatizados e eletrodomésticos conectados capazes de tornar as casas mais convenientes e eficientes.
Os chamados Large Language Models (LLMs) estão ganhando mais notoriedade e representam um avanço significativo na área de inteligência artificial, pois modelos como o GPT-3.5 e GPT-4 atuam como ferramentas versáteis capazes de executar uma ampla gama de tarefas, da geração de texto natural à tradução de idiomas, respostas a perguntas, resumos de texto e muito mais. Sua capacidade de compreender e gerar linguagem humana com contexto e coerência torna os LLMs valiosos em aplicações como assistentes virtuais, chatbots, análise de sentimentos, pesquisa de informações e até mesmo na criação de conteúdo criativo.
Podemos, portanto, concluir que a inteligência artificial já não é apenas uma ferramenta de trabalho ou entretenimento e, sim, um elemento que ajuda as pessoas a economizar tempo e tomar decisões mais assertivas. À medida que essa tecnologia continuar a evoluir, podemos esperar que a IA desempenhe um papel ainda maior em nossas vidas, tornando-as mais conectadas e emocionantes do que jamais foram até hoje.
Content Contributor: Cleyton Ferreira, CTO da Compass UOL | Itshow