O Casa Hacker é um projeto social que comprova que os espaços para inovação estão presentes em todos os lugares. Inclusive em locais menos favorecidos. O projeto nasceu de um coletivo periférico de jovens no distrito do Campo Grande, em Campinas. O objetivo é utilizar a liderança dos jovens em causas de impacto social, voltadas para o desenvolvimento sustentável da comunidade.
O fundador do Casa Hacker, Geraldo Barros, conta que o projeto nasceu em 2018 com propósito de educar a comunidade para as informações do mundo digital. Como, por exemplo, não ser enganada em golpes no mundo virtual ou mesmo acreditar em fake news. Mas que as ações foram crescendo. E assim nasceram diversas atividades à noite. Entre elas, aulas de programação, modelagem em 3D, entre outras. Hoje são diversas atividades ofertadas gratuitamente.
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Ele explica que o grupo de educadores defende direitos digitais e acesso à tecnologia. E que, por meio dela, novos projetos e iniciativas foram surgindo.
“Começar a desenvolver iniciativas de educação digital aqui no Campo Grande é uma coisa única. É inovador dentro dessa comunidade”.
Segundo Geraldo, o projeto é uma referência ativa na região de fomento da economia criativa. E que as habilidades geram desenvolvimento econômico e social.
“É muito visível como nosso projeto impacta na vida dos jovens que fazem parte das nossas atividades. Muitos deles acabam conseguindo emprego. Um exemplo disso aconteceu em um momento bem agudo da pandemia. Nós conseguimos formar mulheres empreendedoras, que só conseguiam vender seus produtos no porta-a-porta, para que começassem a vender de forma on-line e fazendo marketing digital”.
PerifaImpacto
Hoje já existe um grupo de jovens que desenvolvem soluções para as demandas dentro da comunidade. O PerifaImpacto é a concretização de um coletivo de alunos da Casa Hacker, voltado para o desenvolvimento de projetos do segmento eletrônico e de programação.
Segundo Geraldo, o espaço reúne uma série de atividades para estimular e fazer com que os alunos possam aplicar, na prática e dentro da própria comunidade, tudo aquilo que eles aprenderam no projeto. “Principalmente dentro da própria comunidade é que o coletivo pode inovar. Voltar o olhar para a própria realidade e desafiar o status quo, desafiar as coisas como elas são. Isso é um gerador de inovação dentro da comunidade”.
O Professor do Casa Hacker, Matheus de Luca, explica que as habilidades e união dos alunos são capazes de gerar desenvolvimento econômico e social. “Nosso objetivo é utilizar de um processo criativo e educativo que ajude esses alunos a utilizar o conhecimento deles, de robótica, de inovação e tecnologia, para construir algo de valor. Não queremos que criem mais um lixo eletrônico ou algo que será descartado. Mas sim algo que realmente tenha valor para a sociedade”.
Respirador Sustentável
Um dos projetos de inovação desenvolvidos pelos alunos do PerifaImpacto é um aparelho que ajuda as pessoas com problemas respiratórios. Para elaborar o protótipo, eles levaram em consideração as necessidades de alguns dos colegas de curso.
Uma delas é a Evelyn Beatriz da Silvia. “Eu sofria muito por causa da asma. E vejo que esse projeto pode ajudar muitas pessoas com essas necessidades e que não tem condições de comprar bombinha de ar”.
O aluno Edilson Ferreira também foi inspiração para o projeto. “Eu tenho apneia e demorei muito para comprar o aparelho respiratório. É bem caro. Mas ele me deu bastante benefícios. Sem o aparelho, eu tinha dificuldade de concentração e sonolência. E agora, vendo os benefícios, fico pensando em quantas pessoas gostariam de ter um aparelho desse”.
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