A Black Friday, que se originou nos Estados Unidos, se tornou um fenômeno global. Segundo uma pesquisa da ABComm, o período deve movimentar cerca de R$ 6,05 bilhões no e-commerce. Com grandes ofertas tentadoras para dar o pontapé nas compras de fim de ano, na mesma proporção crescem as tentativas de golpes cibernéticos contra os consumidores.
Para se ter uma ideia desse período propício para conseguir novas vítimas, anúncios online na Black Friday devem concentrar 45% da receita de novembro, segundo Rakuten Advertising, empresas de insights de marketing e publicidade digital. De acordo com as estimativas, é esperado um aumento no número de acessos e conversões via dispositivos móveis, principalmente smartphones. Em 2021, 60% dos cliques registrados no Brasil durante a Black Friday foram feitos por celulares e tablets, enquanto os computadores representaram 35%.
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Para esse ano, os especialistas em cibersegurança não esperam novos ataques exclusivos da Black Friday, mas a previsão é o retorno dos clássicos golpes, que ainda conseguem novas vítimas. Para a professora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação ICMC, da USP São Carlos, Kalinka Castelo Branco, os golpes cibernéticos costumam aumentar muito nesse período porque as pessoas que já compram online têm a tendência de ficar buscando por preços melhores e grandes descontos.
Confira alguns dos principais ataques cibernéticos e como se proteger:
Sites falsificados Fique de olho nos sites de comércio eletrônico, especialmente com ofertas que parecem “boa demais para ser verdade”. Promoções por e-mail, anúncios em redes sociais e compartilhadas em aplicativos de mensagens com essas características têm todos os indícios para ser golpe. O site disfarçado de loja online pode até ter aquele cadeado que aparece no seu navegador para indicar um site seguro.
“Se for uma promoção de um e-commerce conhecido, não acesse o link diretamente. Abra o navegador e entre pela página da empresa. Caso seja um e-commerce desconhecido, acesse a página do Procon para saber se é um comerciante legítimo e confiável ou se está na lista de empresas fraudulentas antes de comprar qualquer coisa lá”, destaca Kalinka, que é doutora em Computação com foco em redes de computadores, segurança da informação.
Entrega de encomenda ou de pedido falsos São aquelas notificações falsas na caixa de e-mail ou aplicativos de mensagens de texto sobre entrega de encomenda ou de fornecedores falando sobre um pedido que o consumidor nem se lembra de ter feito. Parecendo uma correspondência legítima conhecida, a mensagem diz que um pacote não pôde ser entregue ou alegando ter novas informações sobre o status. Com um aumento nas entregas de pacotes durante a temporada de compras é uma isca perfeita.
“Não abra. Entre na página da empresa ou acesse os contatos diretos do fornecedor que está sendo usado na mensagem para saber a real situação”, explica. Além disso, ao receber uma mensagem, a dica é prestar atenção na gramática do texto, erros de ortografia e o endereço de e-mail incomum do remetente antes de clicar no link no e-mail.
Perfis falsos de Redes Sociais Tem ocorrido ultimamente o golpe em que criminosos criam perfis falsos, geralmente de profissionais conhecidos ou de celebridades, e fazem anúncios tentadores de diferentes tipos de produtos. “Esse tipo de ataque ocorre em vendas em que o consumidor paga e nunca recebe o produto ou link para a captura de dados. Os preços anunciados geralmente são muito menores que os valores reais, então quando o desconto é demais, é melhor checar a informação antes de efetuar qualquer compra”, acrescenta Kalinka.
Phishing Os e-mails de phishing continuam enchendo as caixas de e-mail usando o tema Black Friday. O phishing é um ataque que tenta roubar o dinheiro ou a identidade fazendo com que o consumidor revele informações pessoais, tais como números de cartão de crédito, informações bancárias, confirmações de códigos ou senhas em sites que fingem ser legítimos.
Malvertising É quando um invasor aproveita serviços e estruturas de publicidade legítimos para atrair pessoas para links fraudulentos. De acordo com especialistas, os dez principais resultados de termos de pesquisa de produtos populares podem retornar links gerados por publicidade maliciosa que direcionam para sites que podem tentar phishing ou instalar software malicioso em seu dispositivo.
Como fazer compras seguras na Black Friday?
A especialista Kalinka sugere que estar atento antes de acessar qualquer anúncio ou oferta, seja por e-mail, WhatsApp ou perfis de redes sociais já é um bom começo para proteger seus dados pessoais. Entre as suas orientações, além do cuidado com os links suspeitos que aumentam nesse período, há outras maneiras de se proteger.
Usar métodos alternativos de pagamento online pode ajudar na compra segura. “Não use o cartão de crédito ou débito normal para fazer compras online. Prefira os boletos ou obtenha um cartão de crédito temporário, que muitos bancos já oferecem aos seus clientes, para fazer as compras durante a Black Friday”, destaca Kalinka.
Ao buscar um produto para a compra, use sites seguros. A professora da USP São Carlos indica checar se há o cadeado no canto superior esquerdo do navegador, que é uma indicação de que as transações são criptografadas. “Não faça pagamentos para nenhum site que não tenha esse bloqueio”.
“O comércio eletrônico é uma realidade, veio para ficar e cresceu muito com a pandemia. Ele tem muitas vantagens, desde entrega rápidas e até a possibilidade de compra que fisicamente não seria possível. Então, o importante é o usuário estar atento às orientações para ter uma experiência segura e proteger seus dados”, completa.
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