*Por João Vitor Segura
29 anos se passaram desde a última vez que a Ferroviária jogou a Série B do Campeonato Brasileiro. E, agora, faltam apenas seis pontos para a Locomotiva voltar a disputar o segundo mais alto nível do futebol no país verde e amarelo.
Depois de excelente primeira fase, com a melhor defesa e a terceira colocação geral da Série C, a equipe de Araraquara carimbou a vaga para o quadrangular final da terceira divisão. E, após dois jogos, a impressão que fica é que os comandados de Júnior Rocha estão realmente no caminho certo.
Na primeira rodada, a Locomotiva empatou sem gols contra o Ypiranga, lá no Rio Grande do Sul. Em um confronto em que a equipe grená preferiu se resguardar e não teve muita criatividade no campo de ataque, o empate sem gols prevaleceu até o fim.
No segundo jogo, a Ferroviária lutou diante de seu torcedor, frente ao Londrina. Com um sistema defensivo frágil, mas com um ataque reativo e perseverante, a equipe mandante virou sobre o clube paranaense no fim e somou os primeiros três pontos no quadrangular final, após o triunfo por 3 a 2.
Neste confronto, inclusive, alguns pontos da Ferroviária foram decepcionantes. As atuações de Vitor Barreto, Cássio Gabriel, Ronaldo Alves e Saulo foram abaixo do que estamos acostumados. Porém, a equipe grená mostrou uma força que tinha mostrado pouco na competição.
Se com Bergantin o ponto forte e de estruturação era o sistema defensivo, com uma defesa que quase não sofria gols, o cenário mudou com Júnior Rocha. O time, agora, pode até ser vazado, mas compensa com ainda mais reatividade no ataque. Um reflexo maior do que foi visto nos triunfos contra Remo e Náutico, ambos por 2 a 1.
Outra coisa que se mostra um ponto positivo ao clube de Araraquara é a quantidade de peças de reposição à altura. Os jogadores que entram do banco de reservas suprem a qualidade dos titulares e, pela primeira vez em muitos anos, pode-se dizer que a Ferroviária tem um elenco poderoso e não só um time titular forte. Vide Quirino, Fernandinho, Weverton, Paulinho Santos, Zé Mateus e Maycon, entre outros.
Com quatro pontos na segunda fase, a Locomotiva se vê em uma posição favorável para, no fim, ser agraciada com o acesso à Série B. Isso considerando as contas matemáticas das edições anteriores do torneio.
Geralmente, os dez pontos seriam suficientes para garantir a vaga na segunda divisão nacional. Mas a realidade é que, recentemente, as contas apontam para uma pontuação menor.
Confira a pontuação de acesso de alguns times nas últimas edições da Série C:
2023: 7 pontos – Operário-PR
2022: 9 pontos – Vitória
2021: 9 pontos – Criciúma
2020: 9 pontos – Londrina
2019: Sampaio Corrêa: 9 pontos
2018: Bragantino: 9 pontos
2017: Sampaio Corrêa: 8 pontos
2016: Juventude: 9 pontos
2015: Londrina: 9 pontos
2014: Paysandu: 9 pontos
2013: Sampaio Corrêa: 10 pontos
2012: Icasa: 9 pontos
Ou seja, os mágicos “dez pontos” são mais que suficientes para carimbar a vaga na Série B. Analisando o histórico passado, a pontuação da Ferroviária pode ser menor, mas é bom “jogar com segurança” nesse quesito.
O treinador Júnior Rocha, inclusive, reforçou esse pensamento em entrevista coletiva. “Nós estamos atrás do número mágico, que são dez pontos. Não tem como não subir (com essa pontuação)”.
Agora, faltam mais quatro jogos. E, pelas contas, a Locomotiva precisa de cinco ou seis pontos. São duas vitórias em quatro partidas. É necessário um aproveitamento de 50% nos confrontos remanescentes. Em comparação, a equipe de Araraquara tem 66,7% na segunda fase e 63,4% em todo o torneio.
É vencer os dois jogos dentro de casa para ser feliz. É ganhar duas partidas e conquistar o sonho de 29 anos atrás, que era impensável há pouco. É torcer. É jogar junto com o time. É ser Ferroviária.
Estamos perto. Mais do que nunca.
