Talvez a expectativa para esse artigo opinativo fosse trazer um ar de pressão, um ar de que se não for esse ano o acesso não virá mais. Isso se daria em razão do ceticismo de alguns torcedores e de parte da imprensa, que se frustraram ao longo dos anos com a Ferroviária na Série D.
Porém, a Ferroviária traça outro caminho para esse ano. Mesmo que muitos por aí dizem que é uma “filial do Santo André”, comparando com a “filial do São Caetano” em 2020, a Ferroviária apenas faz como muitos times europeus fazem: contratar de acordo com a demanda e requisição do treinador escolhido para encabeçar o projeto.
Além disso, a troca no comando geral da Locomotiva é outro fator que, em tese, deveria animar os torcedores afeanos: à título de comparação é a primeira vez que a empresa Estrella Galicia assumiria um time de uma divisão inferior.
Anteriormente em sua história, a cervejaria espanhola se tornou patrocinadora máster do Deportivo La Coruña, em 2009, e mais recentemente, do Real Valladolid, de Ronaldo Fenômeno, em 2020.
Em ambos os clubes, a empresa estrangeira viu as equipes transitarem entre a primeira e a segunda divisões nacionais. Ou seja, atuando como apenas uma patrocinadora, a Estrella Galícia auxiliou as equipes em suas boas temporadas.
Mas, o questionamento que fica é: porque a Série D deste ano seria diferente das anteriores, que causaram um baque tremendo na Ferroviária de 2020 e de 2021?
Um dos fatores que respondem essa pergunta é o treinador. Enquanto no ano anterior o técnico da Ferroviária era Elano Blumer, que acumulava passagens por Inter de Limeira e Figueirense, o atual comandante afeano é Thiago Carpini, ex-treinador de Guarani e Santo André.
Mesmo que ambos sejam jovens, os trabalhos anteriores de Carpini foram mais consolidados quando comparados aos de Elano. Isso se soma, também, ao elenco que, dessa vez, contará com peças que já trabalharam anteriormente com o treinador.
Os casos de Jefferson Paulino, Jeferson, Carlão e Bruno Xavier, antigos jogadores do Santo André de Carpini, são provas desse entrosamento entre treinador e elenco, que tanto se espera em um campeonato como esse.
Outro fator animador é a experiência que a própria Ferroviária vai acumulando na competição. Isso pois, em razão de duas eliminações pesadas para o clube grená, uma espécie de casca se cria, fazendo com que ela se mostre presente em momentos decisivos, tal qual os pênaltis contra o Atlético Cearense em 2021.
Talvez, em momentos como aquele, faltou uma pitada de frieza e cautela à equipe grená, que sentiu o baque nos pênaltis e acabou eliminado de forma inadmissível da Série D de 2021.
Além disso, o elenco da Ferroviária deste ano conta com quase todas as peças que uma vez foram necessárias em 2021. Seja um atacante de beirada, seja um segundo e primeiro volante, além também de um lateral esquerdo.
Desta vez, a Ferroviária tem um elenco completamente pronto para a Série D. O time titular talvez seja: Jefferson Paulino, Breno Lopes, Carlão, Gustavo Medina, Jeferson; Luanderson, Thomaz, Rafael Costa; Júlio Vitor, Wellinton e Michel Henrique.
Além disso, os reservas que podem aparecer bem na competição são jogadores como Benassi, Léo Silva, Malheiro, Paulo Vitor, Vitinho, Marquinhos, Ian Luccas, Diogo, Luan e Tcharles.
Como muitos, cá estou para dividir a minha opinião com vocês. Seja ela criticada, como foi sobre a permanência de Marquinhos e Tcharles no elenco, ou elogiada, como foi a esperança interminável de um eventual acesso.
Enfim, ontem comemoramos 72 anos de muita história para a Ferroviária. Que esse aniversário seja recompensado com o famigerado acesso para a Série C. Vamos juntos, Locomotiva!