No último sábado (14) a Ferroviária foi derrotada pelo Guarani, por 2 a 1, no Estádio Brinco de Ouro da Princesa. O Bugre marcou os gols com Ronald e Índio, após falhas defensivas da equipe grená, enquanto a Locomotiva descontou com Orejuela, após belo cruzamento de João Lucas.
O deficitário meio campo, que sente dificuldades em realizar uma ligação ataque defesa, além da desorientação defensiva, que faz com que apareçam buracos no sistema defensivo afeano, são problemas recorrentes que foram vistos neste último encontro, válido pelo Paulistão.
A respeito do meio campo, em específico, este confundiu imprensa e torcedores no último embate. Guilherme Nunes, que foi escalado como primeiro volante, trocou de posição com Uillian Correia, que atuou numa espécie de terceiro zagueiro, como manda o estilo de Elano.
Thomaz, que é um segundo volante de ofício, já atuou algumas vezes de primeiro volante, seja pelo Coritiba, pelo Tubarão ou pela Ferroviária, mas quase nunca atuou de camisa 10, como foi escalado na derrota afeana.
A defesa grená teve algumas falhas de posicionamento no encontro com o Guarani, erros esses que originaram os dois gols bugrinos. No primeiro, foi Bernardo quem escolheu marcar o miolo da zaga, fazendo com que a ponta esquerda alviverde ficasse desmarcada.
No segundo gol, e no tento anulado, ambos os problemas foram na bola aérea. A título de curiosidade, dos 15 gols sofridos pela Ferroviária nessa temporada, 6 foram oriundos de bola aérea, que é um grave problema da defesa afeana mesmo com zagueiros de mais de 1,84m de altura.
Além de ambos esses defeitos estruturais da Ferroviária, as substituições continuam sendo um agravo na Ferroviária: as entradas de Vitinho, Rafael Luiz, Netto e Gleyson não foram capazes de melhorar a atuação afeana dentro de campo.
O individual sempre se mostra positivo e presente, seja nos gols de Orejuela, Netto ou de Bruno Mezenga, mas se o coletivo afeano for deficitário em alguns setores importantes do campo, é difícil que a Ferroviária tenha uma situação favorável no campeonato.
A Ferroviária chegou à 10ª rodada com 10 pontos, precisando de no máximo dois pontos em dois jogos, isso se a Ponte Preta, que tem 8 pontos na competição, perder o jogo frente ao Ituano no sábado.
Se a Locomotiva, porventura, vencer o Santos pelo jogo atrasado nesta quarta-feira (16), ela escapa do rebaixamento antes mesmo da rodada a ser disputada no fim de semana, quando enfrenta o Mirassol.
Ou seja, a Ferroviária depende apenas de si, seja empatando dois jogos, ou vencendo um. Matematicamente, há chances de uma impensada classificação, mas pela tabela a ser disputada e pelos resultados recentes, o cenário da Ferroviária foca-se apenas na briga contra o rebaixamento, algo que não era visto desde 2019.